Cotidiano

Pacientes com lúpus reclamam da falta de medicamentos

Governo informou que dispõe, em estoque, de apenas um medicamento para pessoas com a doença

A luta dos pacientes com lúpus continua. Já são quase cinco anos que aproximadamente 200 pessoas que vivem com a doença esperam que o governo de Roraima adquira e forneça os medicamentos para o tratamento. A presidente da Associação de Pacientes com Lúpus de Roraima, Ildelene da Silva Ferreira, afirmou que é dever do Estado disponibilizar os remédios porque estão na portaria do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ela conta que ano passado esteve reunida com o vice-governador, Frutuoso Lins. “Essa reunião foi antes deles assumirem o governo, e ele [Frutuoso Lins] havia se comprometido em agilizar o processo para aquisição dos medicamentos. Mas, até hoje, não obtivemos nenhuma resposta, embora a gente saiba que os remédios não estão disponíveis”, comentou.

Com a falta dos medicamentos na rede pública e até mesmo devido às condições financeiras, Ildelene explicou que pacientes estão sofrendo com o agravamento da doença. 

“O que ainda conseguimos é por meio de doações, e às vezes fazemos alguma economia para comprar. A gente se vira de qualquer jeito, mas nem todos os pacientes conseguem manter essa regularidade na aquisição dos remédios, até por conta do alto custo”, comentou.

Como exemplo, ela citou o remédio ciclofosfomida, cuja ampola custa R$ 115 e a caixa com dez unidades sai por R$ 900, para um tratamento de dez meses. Outros medicamentos essenciais para o tratamento são o hidroxicloroquina, que custa R$ 87 e o azatioprina, R$ 190.

LÚPUS – Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), existem 65 mil pessoas com lúpus no Brasil, sendo a maioria mulheres. É uma doença que não tem cura e é degenerativa, que se não tiver a ingestão dos medicamentos diariamente pode levar à morte do paciente em questão de dias. 

GOVERNO – A Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Les (Lúpus Eritematoso Sistêmico), o Estado deve fornecer para tratamento dos pacientes os seguintes medicamentos: hidroxicloriquina, cloroquina, metilprednisolona, prednisona, azatioprina e ciclofosfamida.

Com exceção da prednisona – que a Sesau dispõe em estoque –, todos  esses medicamentos estão sendo adquiridos pela secretaria e serão disponibilizados aos pacientes tão logo sejam entregues ao Estado, através da Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica.