Cotidiano

Pai denuncia que filho está sem atendimento médico na Pamc

A demora no atendimento médico na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) é alvo constante de denúncias por parte de familiares de detentos, que afirmam que os presos estão acometidos por sarnas, tuberculose, impinge e infecções. 

O barbeiro Sérgio Pereira da Silva, de 46 anos, procurou a Folha para denunciar que o filho, que está preso na Pamc desde outubro deste ano, está doente e sem receber o atendimento médico necessário.

De acordo com Silva, o filho já entrou na unidade prisional necessitando de atendimento por conta de lesões sofridas durante a prisão.

“Na delegacia ele se queixava de muita dor nas costelas e após 30 dias eu consegui ter acesso ao meu filho e ele vomitava sangue e continuava se queixando de dores e para piorar a situação adquiriu uma infecção e sarna. Solicitei atendimento médico e ele chegou a ser atendido, mas a situação dele tem se agravado nos últimos dias, e estou tentando conseguir na Justiça uma prisão domiciliar para que eu possa cuidar dele, já que o estado não tem condições”, informou.

O barbeiro contou que contratou um advogado que protocolou um pedido de prisão domiciliar, e que depende de um laudo que deve ser emitido por médicos na unidade prisional.

“Em primeiro de novembro foi protocolado o pedido de prisão domiciliar, e no dia 21 de novembro, a justiça pediu que o sistema prisional informasse a situação da saúde dele e até agora nada foi informado. O estado está sendo omisso quanto à situação de saúde dos presos que estão ali sob responsabilidade do sistema”, disse.

SEJUC – O secretário de Justiça e Cidadania, André Fernandes, informou à Folha que para que o laudo médico seja emitido, a decisão da justiça deve chegar até a unidade prisional, por meio de intimação, o que ainda não foi feito, e que assim que o mandado for entregue, a decisão será cumprida.

Sobre os atendimentos médicos dentro na Pamc, o secretário disse que a unidade conta hoje com uma equipe de médicos realizando atendimentos diariamente.

“Temos hoje quatro médicos com atendimento clínico de segunda a quinta-feira, pela parte da manhã, e terças e quintas, pela parte da tarde, juntamente com uma médica infectologista para tratar especificamente dos casos de doenças infecciosas, e um psiquiatra que atende às sextas-feiras na unidade. Fizemos também um mutirão médico no mês de novembro e todos os presos que estavam lá passaram pelo mutirão, e hoje estamos fazendo a dispensa dos medicamentos e realizando os exames específicos que foram solicitados”, explicou Fernandes.

Sobre a incidência de sarnas dentro da unidade, André Fernandes, disse que a doença é comum em todos os presídios do país.

“Sarna é comum nos presídios por ser altamente contagiosa, e o que temos feito hoje é colocar o médico fazendo os atendimentos, mas só vai melhorar realmente quando a gente tiver uma nova infraestrutura para que consigamos diminuir a quantidade de presos por cela, para fazer um tratamento mais personalizado”, pontuou.