Pais de alunos autistas reclamam de falta de cuidadores em escola municipal

Prefeitura de Boa Vista ainda não se pronunciou sobre o caso. Em janeiro, prefeito sancionou lei que pode permitir convocação de quase 1 mil cuidadores

Escola Municipal Prof. Maria Francisca Lemos (Foto: José Magno/FolhaBV)
Escola Municipal Prof. Maria Francisca Lemos (Foto: José Magno/FolhaBV)

Pais de alunos da escola municipal Francisca Lemos, no bairro Buritis, zona Oeste de Boa Vista, denunciam a falta de cuidadores para atender crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Eles relatam que o problema persiste desde o ano passado e não tem prazo para a solução.

No retorno das aulas deste ano, pais buscaram esclarecimentos diretamente à escola, mas não obtiveram respostas concretas. Uma mãe, que preferiu não se identificar, relatou que, ao perguntar à professora sobre a cuidadora, foi informada que ainda não havia profissionais disponíveis e que o seletivo para a contratação estava pendente. A diretoria também não soube informar a ela.

Uma outra mãe relatou, sob condição de anonimato, que a filha com TEA, de nove anos, ainda sofre com doenças como lúpus e epilepsia, o que exige suporte especializado. “Só a mando para a escola porque quero que ela desenvolva, mas meu coração, só Deus sabe como fica!”, desabafou.

Outro relato reforça a indignação das famílias. “Em 2025, a situação se repete. Quando perguntei se ela não tinha denunciado, respondeu que já estava cansada de tanto pedir e não ser ouvida”, contou uma mãe.

Neste contexto, um grupo de pais pretende cobrar formalmente da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) a contratação de cuidadores para a unidade e, caso isso não aconteça, irão acionar o Ministério Público para garantir os direitos das crianças.

Em janeiro, o prefeito Arthur Henrique (MDB) sancionou a lei aprovada pela Câmara Municipal que aumenta de 200 para 1 mil o número de cuidadores escolares do último seletivo que poderão ser chamados, o que ainda não aconteceu. Essa medida foi adotada justamente para reforçar a rede municipal em meio ao “aumento assustador de casos de autismo”.

Com a palavra, a Smec

Até a publicação da reportagem, a Smec não respondeu os questionamentos da reportagem.