Moradora do bairro São Francisco, na zona Norte, a dona de casa Gabriela Bento, de 24 anos, procurou a Folha para reclamar do atendimento que o filho de quatro anos recebeu no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), no bairro 13 de Setembro, na zona sul. Ele foi internado no dia 30 de maio, quando acidentalmente acabou engolindo uma moeda de 25 centavos.
Segundo ela, o raio x acusou que a moeda estava abaixo da região do umbigo, e o médico disse para esperar que em três dias o objeto sairia. Então, os pais passaram a fazer o acompanhamento médico do filho, porém, eles disseram que a troca constante de médicos e a falta de um diagnóstico mais preciso só piorou a situação.
“No dia 31, realizamos um novo raio x e fomos aguardando, sendo medicado com Buscopan e óleo mineral. Fizemos outros dois raios x nos dias 03 e 04 de junho. Na terça-feira passada, 06, nós o levamos novamente e o médico passou uma lavagem e depois foi liberado”, relatou.
Segundo o pai do garoto, o autônomo Thiago Olímpio, 24 anos, apesar do caso não ser grave, o filho continuava sentindo incômodos. Segundo ele, além da imprecisão do atendimento, eles precisaram lidar com o tom irônico de alguns dos profissionais. Em nova consulta, o médico pediu um novo raio x para sexta-feira, 09, que confirmou que a moeda havia subido um pouco. “Na sexta-feira mesmo, uma médica solicitou a internação dele para uma intervenção cirúrgica. Só que o cirurgião o liberou porque, segundo ele, não havia essa necessidade. Nós perguntamos se não havia outra solução, e ele disse que a moeda poderia continuar por toda vida dele e que, quando ficasse maior, com um pouco dinheiro e se quiser mandar tirar, ele tiraria. Se a gente for se estressar, o errado acaba sendo a gente, porque tem a questão do desacato a funcionário público”, comentou.
Segundo o casal, a solução só viria no sábado, 10, quando o médico que o atendeu sugeriu que fosse realizada uma colonoscopia, procedimento que, apesar de complexo, pode ser realizado na rede municipal. “No dia da lavagem, o médico falou que a saída seria uma colonoscopia, mas que o hospital não fazia. A gente ficava perguntando de todos e a resposta era a mesma, que não se fazia esse tipo de procedimento no hospital”, disse o pai.
Sem alternativas, Thiago e Gabriela decidiram denunciar o problema nas redes sociais. Foi então que eles receberam uma ligação comunicando que o hospital tinha como realizar o procedimento. “Uma mulher que se identificou com funcionária da Secretaria Municipal de Saúde disse que o município realiza esse procedimento e que procurássemos a diretora técnica”, frisou Gabriela.
PREFEITURA – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista afirmou que os profissionais do Hospital da Criança são capacitados para o trabalho que exercem dia a dia e que o importante seria “destacar que o procedimento vem sendo realizado dentro dos padrões”. Em relação ao procedimento a ser adotado no caso do paciente, frisou que a criança foi encaminhada na tarde de ontem, 13, para o centro cirúrgico para a retirada da moeda. (M.L).