Pais de estudantes da região do Projeto de Assentamento Nova Amazônia 1, na Gleba Murupu, pedem providências para a falta de transporte escolar no local. Conforme os relatos, a maioria dos alunos acordam por volta das 4h da madrugada para iniciar percursos que variam de 6 até 33 quilômetros, de caminhada, para chegar ao ponto de partida do ônibus que os levam para a escola.
A reivindicação solicita que o transporte escolar faça uma rota para atender todas as vicinais, o que evitaria a longa caminhada dos alunos até a vicinal 1, onde o motorista os transportam até a Escola Estadual Albino Tavares.
Antônio Macedo, de 57 anos de idade, é pai de três alunos da escola. Ele contou que os pais formalizaram a reclamação na Secretaria Estadual de Educação e Desporto no início deste ano, levaram o caso ao Conselho Tutelar, além de formalizarem denúncia diante do Ministério Público de Roraima (MPRR), no dia 3 de maio.
“Até o dia 19 de maio o MP não respondeu nada. Retornei ao órgão, que nos tranquilizou com a informação de que tudo seria resolvido. Nesta quarta-feira, 8, voltei com os demais pais ao órgão e fui obrigado a denunciar o caso na ouvidoria, porque ninguém nos atendeu”, disse mostrando-se nervoso e exaltado.
Uma das preocupações mostradas pelos pais se refere aos perigos que os alunos estão expostos ao saírem de casa antes mesmo de amanhecer ou retornarem para o lar por volta das 21h. “Alguns alunos são obrigados a dormirem na casa de colegas por ser um local mais perto do ponto de ônibus, outros pegam caronas com desconhecidos, sem contar com muitos que desistiram do ano letivo pela proibição dos responsáveis”, contou Macedo.
Os denunciantes revelaram que nesta terça-feira, 7, houve um acidente com o ônibus que faz o translado dos estudantes e que a empresa alegou que ocorreu um problema no câmbio de direção. “Por pouco meus filhos e os outros estudantes não morreram, minha filha está toda machucada. O ônibus desceu um barranco e caiu na água”, disse Cristiane Peixoto.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (SEED) informou que uma equipe esteve semana passada no Projeto de Assentamento Nova Amazônia e constatou a necessidade da criação de mais uma rota de acesso para os alunos da Escola Estadual Albino Tavares, com o intuito de atender todos os alunos daquela região. A nota ressalta ainda que a secretaria já tomou as medidas necessárias para suprir o problema.
Já o Ministério Público de Roraima, por meio de sua assessoria de comunicação, disse ter instaurado, em maio, procedimento de investigação preliminar para verificar possíveis irregularidades no transporte de alunos da Escola Estadual Albino Tavares. Na época a Promotoria de Justiça de Defesa da Educação requisitou informações junto a Secretaria Estadual da Educação e Desporto (Seed).
O órgão disse ainda que somente hoje, após reiteração de pedido por parte da promotoria, que a Seed informou ao MPRR a situação do transporte escolar naquela localidade.
“Conforme o documento, o transporte escolar está sendo realizado normalmente. Os pais de alunos compareceram ao MPRR no dia 8 de junho e foram atendidos pela equipe técnica da Promotoria da de Justiça de Defesa da Educação que, a partir das informações colhidas, já expediu ordem de serviço para que possa ser certificada a real condição de segurança do serviço de transporte escolar ofertado aos alunos da escola”, destacou.
Por fim, o MPRR reiterou que irá averiguar in loco a situação, para evitar mais prejuízos aos alunos.