A ventilação natural é fundamental para gerar locais mais saudáveis, sobretudo neste momento de pandemia. E é justamente por isso que pai de alunos da escola municipal Aquilino Mota Duarte, no Centro de Boa Vista, temem tanto a volta às aulas, marcada para 13 de setembro na rede municipal de ensino.
A escola funciona em um ambiente sem janelas e sem ventilação natural, que já abrigou uma antiga residência, e foi improvisadamente adaptada para receber uma escola infantil. Nas poucas salas onde há janelas, elas precisam ficar trancadas por segurança.
Nem que a Prefeitura de Boa Vista queira, será possível construir muitas janelas no local. As duas laterais são coladas às edificações vizinhas, e a legislação proíbe construir janelas a menos de um metro e meio do terreno vizinho.
Algumas salas até dispõem de janelas, mas são aberturas altas que trazem pouca iluminação e ventilação. “Lá é muito escuro e abafado. A única ventilação que tem são ventiladores ou os aparelhos de ar-condicionado”, disse a mãe de um aluno.
Além das chances maiores de propagação da covid-19 pela falta de janelas, pais apontam problemas na acessibilidade. O andar térreo abriga parte das salas, inclusive a voltada para pessoas com deficiência, mas os banheiros são apertados e não acessível. Para o piso superior, há uma escada que mal cabe uma pessoa, com degraus mais íngremes que o padrão.
Ainda no primeiro andar, além de salas de aula, há um refeitório, também fechado e sem iluminação, que se transforma em uma mini quadra para prática de atividades físicas.
“É um local não adequado para escola. Fizeram isso de maneira improvisada e disseram que iam passar um ano ou dois, e já faz 10 anos. Na gestão passada havia promessas de construir nos terrenos em frente à escola, mas nunca saiu do papel”, relatou outro denunciante.
Questionada sobre o assunto, a prefeitura de Boa Vista disse que, segundo a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), “já faz parte do planejamento da gestão a construção de um novo prédio para atender os alunos da escola Aquilino da Mota Duarte”.
