Cotidiano

Para Remídio, PEC do teto dos gastos é um remédio amargo, mas necessário

Projeto estabelece um limite para os gastos federais para os próximos 20 anos, corrigindo-os pela inflação acumulada do IPCA

Prevista para ser votada em segundo turno na última semana deste mês na Câmara Federal, a PEC do Teto dos Gastos Públicos (Proposta de Emenda à Constituição 241/16) obteve apoio total dos oito deputados federais roraimenses. “Eu não diria que houve um pacto, um fechamento de questão dos deputados de Roraima, mas conversamos e houve um consenso entre nós de que isso seria necessário e creio que votamos com a nossa consciência, independente da posição do partido”, disse Remídio Monai (PR) em entrevista ao programa Agenda Parlamentar de sábado na Rádio Folha AM 1020.

Para o deputado federal, a PEC 241 – que estabelece um limite para os gastos federais para os próximos 20 anos, corrigindo-os pela inflação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – é um remédio amargo, mas necessário. “A ex-presidente Dilma [Rousseff] teve uma dificuldade de contornar a situação pela qual o País estava passando. Depois das eleições de 2014, a sociedade se endividou e o País estava em uma situação dificílima. Por isso esse remédio amargo [PEC 241] teve que ser aplicado. Todo mundo sabe que é ruim”, comentou.

Remídio continuou: “A bancada de Roraima entendeu que algo teria que ser feito. E essa medida seria uma forma de reduzir, de controlar os gastos no País para que possamos gastar só o que é arrecadado. Aí as pessoas questionam que 20 anos é um período muito longo, mas quero crer que o País não necessite desse tempo todo, que haja um crescimento e que essa situação se reverta o mais rápido possível”.

O parlamentar lembrou que o presidente Michel Temer (PMDB) disse recentemente em entrevista que se o País voltar a crescer, a PEC 241 pode ser revista. “E que quando isso acontecer, o presidente da República esteja pronto para uma alteração e que esse remédio seja deixado de lado o mais breve possível, que a gente possa deixar de tomar esse remédio amargo que ninguém quer”, afirmou.

Quanto aos bastidores da votação, Remídio acredita que o número de votos do primeiro turno – 366 a favor e 111 contra – vai se repetir. “Há um entendimento de que não há outra coisa a ser feita. Esse foi um consenso do governo e também teve um consenso na Câmara. O entendimento deve se repetir no segundo turno e deverá ser o mesmo no Senado”, disse.

Sobre o relacionamento de Michel Temer com os congressistas, Remídio comentou que a Câmara e o Senado vivem um novo momento. “Temer já foi presidente da Câmara por duas vezes e tem tirado proveito dessa situação, dessa amizade. Antes de encaminhar as matérias, ele tem conversado com as principais lideranças. Esse novo governo representa uma nova realidade para o Congresso, com a qual temos tido oportunidade de discutir e mostrar os problemas dos nossos estados”, afirmou, ressaltando que essa é uma diferença em relação ao governo Dilma.

Por fim, o deputado frisou que a PEC do teto dos gastos públicos é uma medida saudável para o País. “Atinge a todos, o cidadão comum, o funcionário público, os parlamentares, os ministros dos tribunais, os poderes. Acho que é uma medida que vai atender a todos e, com certeza, espero que a gente possa ter uma solução em breve para sair desse arrocho”, concluiu. (V.V)