O que era para ser mais uma opção de lazer para o boa-vistense, hoje se tornou o mais triste retrato do descaso com logradouros públicos no Estado. Os parques aquáticos de Boa Vista continuam abandonados e servindo apenas para acumular lixo, facilitar a proliferação de insetos e ponto de encontro de usuários de drogas.
Um exemplo é o localizado no bairro Jardim Primavera, na Rua das Acácias. A piscina cheia de lixo exala mau cheiro, o que tem incomodado os moradores da região.
O morador Ulisses Ribeiro disse estar indignado com as autoridades que não tomam providências, tirando a oportunidade das famílias de voltarem a usar o local para o lazer e ainda colocando todos em risco de pegar sérias doenças.
“Os banheiros destruídos servem para usuários de drogas, a iluminação é precária, tudo contribuindo para ação de meliantes”, ressaltou.
Para a dona de casa Maria Madalena, 53 anos, moradora do bairro há mais de 20 anos, a sensação é de total insegurança.
“A noite está servindo de encontro de facções criminosas e ponto de venda de drogas. Sinto total insegurança. O governo poderia revitalizar todos os parques abandonados da nossa capital”, afirmou.
A Folha também visitou os parques aquáticos do bairro Caçari, Parque Anauá, Caranã e Asa Branca.
Em dezembro de 2017, o Jornal publicou matéria informando sobre a cabeça de um adolescente que foi jogada no parque do Jardim Primavera.
GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos informou que, por meio do Instituto de Desportos de Roraima (IDR), no dia 14 de dezembro passado assumiu a responsabilidade de cuidar dos parques aquáticos e dos espaços esportivos. Em cada local, existem pessoas gerenciando e cuidando.
Segundo a nota, inicialmente, foi restituído o serviço de vigilância, para coibir ações de depredação e uso indevido dos espaços públicos, e estão sendo feitas limpeza e catalogação do que tem nos parques e do que, eventualmente, foi retirado em ações de vandalismo. Depois do levantamento, o IDR buscará parceiros para revitalizar as estruturas.
“Não há, por enquanto, prazo estabelecido, porque o levantamento ainda não foi concluído”, justificou.
Ainda segundo a nota, na realidade, todos os parques aquáticos do Estado estão em condições precárias e de total abandono. Não é resultado de uma gestão de apenas 30 dias. Nesses primeiros dias, está sendo feita essa análise situacional das condições de infraestrutura.
“Pequenos reparos não serão suficientes para garantir o pleno funcionamento dos parques e oferecer segurança e um ambiente saudável para atender à comunidade. O uso será permitido apenas após reformas”, concluiu.
Imagens Nilzete Franco / FolhaBV