Cotidiano

Parques aquáticos da Capital servem como criadouros do Aedes aegypti

As chuvas que caíram na Capital, na semana passada, ajudaram a encher as piscinas dos parques que estão abandonados

Em meio ao avanço do zika vírus, que tem causado receio em toda a população, os parques aquáticos da Capital, que estão em situação de abandono há vários anos, continuam servindo como criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença responsável também pela dengue e pela chikungunya.

Apesar dos esforços na realização de campanhas de combate e prevenção ao mosquito, o Governo do Estado não consegue, sequer, manter os espaços limpos. Com as recentes chuvas, as piscinas dos parques voltaram a encher e a água parada tem contribuído para a proliferação do vetor.

A Folha percorreu novamente, na manhã de ontem, os cinco parques aquáticos localizados nas zonas Norte e Oeste da Capital. Com exceção do parque do bairro Asa Branca, em que a administração do local mantém a piscina limpa, todos os outros estão em situação precária e de total abandono.

No Parque Aquático do bairro Santa Teresa, na zona Oeste, além do acúmulo de água nas piscinas, pilhas de lixo e entulho são jogados ao redor do local. “A gente não sabe mais como conviver com isso. Era para ser um parque bem organizado para a população usufruir dele, mas ninguém cuida. Fora isso, tem o risco de a gente pegar dengue e essas outras doenças”, disse um morador próximo.

Nos outros parques, a situação é a mesma: muros pichados, cercas arrancadas, além de portas e janelas quebradas por vândalos se juntavam ao cenário de deterioração dos tobogãs e piscinas, tomadas por água parada e suja, além do matagal formado ao redor.

MEDIDAS – No final de janeiro, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) recomendou à Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) que promovesse medidas necessárias para a reforma e manutenção dos parques aquáticos Asa Branca, Anauá, Caçari, Caranã e Jardim Primavera, localizados em Boa Vista.

Conforme a recomendação expedida pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, os parques aquáticos não funcionam devido ao claro cenário de abandono, acúmulo de água das piscinas, falta de manutenção e depredação das instalações e equipamentos.

Para o promotor de justiça de Defesa do Patrimônio Público, Hevandro Cerutti, o quadro de abandono constatado nos parques aquáticos de Boa Vista também evidencia risco iminente à saúde da população, uma vez que favorece a incidência de doenças transmitidas por vetores. O MPRR concedeu prazo de 30 dias para que a Seed informe as medidas adotadas para o cumprimento da recomendação.

GOVERNO – A Folha questionou o Governo do Estado para saber se há previsão para a reforma dos parques aquáticos, mas não obteve resposta. Em nota, o governo se limitou a informar que as piscinas dos cinco parques aquáticos da Capital são esvaziadas toda semana, a partir de hoje. “Sempre é deixada uma pequena quantidade de água para que os azulejos não se quebrem com a incidência do sol. A água que fica é trocada semanalmente. Quanto à limpeza dos parques, a equipe já está providenciando”, afirmou. (L.G.C)