Comunidades indígenas impedem a passagem de veículos na Venezuela desde o início da noite de ontem, 11, em razão de um enfrentamento entre índios e militares na região de Canaima, há cerca de 20 quilômetros de Pacaraima. O confronto deixou um morto e dois feridos.
As autoridades indígenas do povo pemon emitiram um comunicado sobre o fechamento da passagem. Eles explicam que tomaram a decisão de declarar o município de Gran Sabana em luto por sete dias em razão do falecimento do indígena Charlie Penaloza Rivas; suspender as eleições dos conselhos municipais de toda a Gran Sabana e exigir uma reprogramação dos comícios do Congresso Nacional Eleitoral no município.
Além disso, os indígenas também definiram uma paralisação geral de tempo indeterminado em todas as comunidades da Gran Sabana, tomando as vias de acesso mais importantes do município e responsabilizar o Governo da Venezuela pela perda do companheiro Charlie Rivas como “resultado de uma incursão armada sem controle dos órgãos de segurança e pela cumplicidade dos mesmos”.
Ainda não há previsão de reabertura da passagem. Até o momento, o caminho é reaberto em situações ocasionais, como para a passagem de pessoas caminhando e, até agora, um ônibus escolar de Pacaraima.
Segundo informações de moradores da região, o confronto é relacionado com o controle de todas as zonas de mineração do país. “Nesses últimos três anos têm sido o “modus operandi” do governo e grupos dentro deste pelo controle de recursos”, disse um morador.
A Folha entrou em contato com o Consulado da Venezuela no Brasil e o Exército Brasileiro para obter mais informações, mas ainda aguarda retorno.