Mulheres Yanomami puderam participar, pela primeira vez, do Magistério Indígena Yarapiri. O curso, tradicionalmente ministrado para homens, teve sua primeira etapa concluída no sábado (3). Agora, cerca de 50 professores e professoras indígenas retornam às suas comunidades no interior do Estado.
De acordo com a diretora do Ceforr, Stella Damas, a participação de mulheres nesta edição foi iniciativa dos próprios líderes da comunidade. Ela conta que a mudança foi uma surpresa positiva, que demonstra um avanço em tradições que antes excluíam as mulheres de espaços de liderança.
“Essa iniciativa nos surpreendeu positivamente e mostrou que a importância da mulher em posições de liderança está sendo compreendida em toda a sociedade. Ficamos felizes em recebê-las e prestigiar esse momento de protagonismo feminino”, disse.
Damas também aponta o desafio em ministrar o curso para professores e professoras que não falam português. “O nível de complexidade deste Magistério é maior porque temos a necessidade de intérpretes. A grande maioria dos professores não falam português”, finalizou.
YARAPIARI
O Magistério Indígena Yarapiari é um curso voltado especificamente para os professores Yanomami, tratando dos saberes tradicionais e da cultura singular, com currículo específico nas escolas e no magistério.
Após quatro meses, os professores participantes, que vieram de comunidades localizadas no Alto Uraricoera, Amajari e Alto Alegre, devem retornar a Boa Vista para um novo módulo. As aulas acontecem nas dependências do Ceforr.