Cotidiano

Peritos querem indicar novos diretores

Categoria entregou lista tríplice para a Sesp e ameaça fazer greve caso um dos nomes não seja indicado para comandar o setor

Peritos dos Institutos Científicos de Roraima entregaram, na tarde de ontem, uma lista tríplice ao secretário de Segurança Pública, João Batista Campelo, pedindo autonomia para a escolha de novos gestores para comandar as polícias científicas do Estado. A categoria é formada por peritos odontologistas, peritos médicos-legistas, peritos criminais e peritos papiloscopistas.

Segundo o presidente da Associação dos Peritos Criminais de Roraima, Anaximandro Coimbra, o pedido para a entrega da lista foi feito pelo próprio secretário, que é quem indica os gestores. “A indicação é exclusiva do secretário. Nós tivemos uma reunião com ele e informamos sobre a insatisfação dos servidores em passarem por essa situação”, disse.

Conforme ele, a possibilidade de um titular da Sesp aceitar as indicações da categoria para escolha de novos diretores não acontece há dez anos. “Entendemos a importância para que os órgãos consigam funcionar bem, do ponto de vista administrativo e funcional, porque são trabalhos desgastantes”, ressaltou.

Caso o pedido dos peritos não seja atendido, Coimbra informou que haverá a possibilidade de uma possível paralisação. “Nós temos esperança que os pedidos sejam atendidos, até porque partiram do secretário. A chance de paralisação existe, mas estamos tentando mostrar que queremos os gestores escolhidos por nós para que, mais para frente, tomemos as medidas que os peritos entenderem necessárias”, afirmou.

Os peritos fazem ainda uma série de reivindicações ao governo. Para o presidente da entidade, os institutos passam por um momento administrativo precário. “Tenho 32 peritos criminais dentro do instituto e apenas uma impressora para atender à demanda de laudos. Pedem para reduzirmos o tamanho das fontes para economizar papel, mas isso é um absurdo dentro de uma administração policial como a nossa”, frisou.

GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que recentemente foi nomeada como diretora do Instituto de Criminalística (IC), Rocy da Silva, e que a atual gestão mantém canal aberto de diálogo com todas as categorias de servidores do Estado.

Quanto à estrutura do IC, esclareceu que, após a realização de uma vistoria, algumas iniciativas começaram a ser implantadas, com a proposta de garantir ambiente de trabalho propício, bem-estar do profissional e melhor atendimento ao público. “Estão sendo levantadas as necessidades mais urgentes para especificar o que é necessário e elaborar o projeto, tendo em vista que o edital do Governo Federal deve ser publicado ainda este mês”, informou.

GESTÃO – No instituto, o governo explicou que foram adotados procedimentos para realizar uma gestão mais eficiente de controle de laudos, o que já está gerando resultados satisfatórios em relação à resolução e fluidez no trabalho. “As medidas estão tendo apoio da Corregedoria da Polícia. Além disso, foi criada uma força-tarefa com os peritos de plantão, que agora ficam em uma sala separada com computadores e impressoras e reservam um dia do plantão para fazer laudos, evitando excesso de carga horária trabalhada”, destacou.

Um dos problemas do Instituto, conforme o governo, é a falta de internet e de uma rede interligada. Nesse sentido, friso que há um projeto para estruturar essa rede, que inclui ainda a aquisição de câmeras de segurança, fechaduras com segurança. São recursos provenientes do Governo Federal, tendo em vista que a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) possui uma área destinada à modernização da perícia.

IML – Com o objetivo de proporcionar um atendimento mais humanizado às vítimas de violência sexual que são atendidas no Instituto Médico Legal (ML)), a Sesp em parceira com a Secretaria Estadual de Infraestrura (Seinf) está elaborando uma proposta de um projeto para adequar a estrutura atual, acrescentando as salas de acolhimento e atendimento humanizado, aproveitando também para rever a estrutura das salas de perícias em pessoas mortas.

“Apesar de existir uma proposta de médio e longo prazo, para a construção de um Complexo para a Polícia Técnica, de forma que comporte os três Institutos (de Criminalística, de Identificação e Médico Legal), a equipe da DOF (Divisão de Orçamento e Finanças) da Sesp com a Seinf ficará encarregada de providenciar as adequações emergenciais no prédio atual”, destacou. (L.G.C)