Cotidiano

Pescadores denunciam poluição de igarapé que deságua no Rio Branco

Conforme denúncia, igarapé estaria sendo alvo de poluição lançada por empresas do Distrito Industrial

Igarapés localizados no bairro Governador Aquilino Mota Duarte, na zona sul, estariam sendo alvos de poluição ambiental por parte de empresas do Distrito Industrial da Capital. A denúncia foi feita por duas entidades de classes pesqueiras na manhã de ontem, 14. O presidente da Federação das Colônias de Pescadores de Roraima (FCP-RR), Rafael Pinheiro, informou que a situação chegou ao conhecimento da entidade por meio de pescador filiado à Colônia de Pescadores Z-1 Boa Vista, que relatou anormalidade na cor da água de um igarapé conhecido como “Banho da Coca-Cola”.

“Além de residir no Bela Vista [zona oeste], que fica próximo ao bairro Governador Aquilino, esse pescador é um dos mais antigos da colônia Z-1. Ele relatou que essa situação do igarapé é bem antiga, mas que cada vez mais tem preocupado quem realiza pesca naquela região”, disse Pinheiro. Além da água suja, o mau cheiro tem sido cada vez presente, aumentando as suspeitas em relação à possível ação de crime ambiental na localidade.

“Na segunda-feira [13], por volta das 14h30, fomos até esse igarapé de barco, subindo pelo leito do Rio Branco, já que ele acaba desaguando por lá. Antes mesmo de chegarmos, já era possível ver que as margens apresentavam uma cor escura na areia, além de um odor muito forte. Coletamos uma amostra da água do igarapé, que está negro, e também gravamos um vídeo dessa coleta para encaminhar às autoridades”, frisou.

Ontem pela manhã, Pinheiro e o presidente da Colônia Z-1, Raimundo Gomes Sobrinho, protocolaram a denúncia junto à Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) para que a entidade tome providências. O mesmo documento foi encaminhado à Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público Federal do Estado.

“A nossa intenção é realmente saber quem está causando esses danos, pois é algo muito grave, pois se trata de um crime e que pode resultar em consequências graves tanto para os pescadores daquela região quanto para quem reside no bairro”, complementou.

FEMARH – A Folha entrou em contato com a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos para saber que medidas serão adotadas mediante a denúncia apresentada pela Federação das Colônias de Pescadores de Roraima, mas não obteve resposta. (M.L)