Cotidiano

Pesquisa aponta que RR é o estado com o menor número de entidades assistenciais

Publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa de Entidades de Assistência Social-2013 apontou que Roraima é o estado Brasileiro com o menor número de entidades assistenciais e o lugar onde elas são menos atuantes na prestação de serviço. Em Roraima, foram identificadas 25 entidades, sendo que uma está inativa (não está desempenhando funções sociais) e outras dez não foram encontradas.
Para o técnico do IBGE, Vicente de Paulo Joaquim, o baixo percentual de empresas locais se fundamenta no número reduzido de habitantes de Roraima em relação aos outros estados brasileiros. Outro fator destacado pelo técnico, para explicar o baixo número de empresas, foi o fator social, em que é necessário que pessoas com perfil assistencialista tenham disposição para fundar novas empresas. “A iniciativa é de cunho social. Num estado que ainda tem quase tudo para ser desenvolvido, como o nosso, é muito mais complicado você ter a disponibilidade de pessoas que tenham desprendimento social para atuar nesse setor. Então, isso fica muito mais restrito a determinados grupos, principalmente, os religiosos, que mais têm desenvolvido essas atividades”, explicou.
Joaquim destacou que o levantamento foi feito somente com empresas que são cadastradas no IBGE. Este pode ser outro motivo para que o número de entidades assistencialistas em Roraima seja pequeno. “Se a entidade não está constituída como empresa, ela não aparecerá na pesquisa. É muito provável que existam dezenas de iniciativas que não são reconhecidas como empresa e que vivem sem a correta regulamentação”, disse.
ESTATÍSTICAS – O balanço apontado nacionalmente pela pesquisa mostra que dentre as 14.791 entidades pesquisadas, 10.024 têm como público-alvo as famílias. Entre as faixas etárias, a mais atendida é a de crianças até 12 anos (63,2%), seguida de adolescentes até 17 anos (59,1%) e dos idosos com 60 anos ou mais (56%). No fim da lista estão os conselheiros e as lideranças populares (16,2%), os usuários de álcool e drogas (18,5%), a população de rua (19,4%) e os povos e comunidades tradicionais (8,3%).
A pesquisa também mostra que a área de atuação mais comum é a de assistência social, em 72,6% das entidades. Depois, bem distante, vem a área de educação, com 11% do total, que equivale a 162 entidades sem fins lucrativos. Na região Norte, 13% das entidades atuam em educação, 3,5% na saúde, 2,8% na religião, 1,7% em habilitação e reabilitação, 2,4% em direitos humanos, 1,8% em cultura e esportes e 4% em outras áreas.
Das entidades pesquisadas, 83,3% declararam que executam diretamente serviços socioassistenciais, e 65,3% encaminham para serviços públicos. De acordo com a pesquisa, 49,5% das entidades concedem benefícios financeiros ou produtos aos beneficiários, e 49,9% encaminham os usuários para programas de transferência de renda do governo. (J.L)