Pesquisa de preço e vendas esperadas marcaram comércio de ovos na Páscoa

Para muitos comerciantes, a venda de ovos de chocolate se manteve dentro do esperado para esse ano. O setor vinha dando indícios de que 2017 não seria tão forte nas vendas, tanto que a indústria nacional já havia anunciado redução de 27% na produção em comparação ao mesmo período do ano passado. “No ano passado nós tivemos uma demanda de pedidos maior, enquanto em 2017, devido a própria retração do setor, fomos obrigados a reduzir a oferta. Pelas nossas projeções, a gente já tinha a certeza que a meta de vendas não seria a mesma que em 2016”, contou Marilson Alves, gerente geral de um supermercado da zona Oeste da capital.

Diferente dos anos anteriores, muitos consumidores não deixaram para a última hora e, durante toda a semana que antecedeu a Páscoa, pesquisaram os preços dos ovos de chocolate em diferentes supermercados.

Vários optaram por montar cestas com chocolates mais simples. “Como esse ano a grana está bem curta, o jeito é realmente pesquisar para encontrar o melhor preço. O que não vale é comemorar a Páscoa sem chocolate”, declarou a estudante universitária Carla Vieira, de 25 anos.

A pesquisa de preço também foi uma característica observada pelos pontos de vendas.  “Esse ano, o consumidor está bem cauteloso. Eles estão comparecendo ao supermercado para fazer a pesquisa de preço. Se notarem que o nosso valor é mais em conta, aí eles retornam para efetuar a compra. De fato, a mudança de atitude é perceptível e hoje eles não estão mais se preocupando com a marca, mas sim com o preço”, explicou Marilson Alves.

A reportagem da Folha fez uma pesquisa rápida durante a tarde de sábado e pôde perceber que em alguns supermercados ainda tinha uma quantidade grande de ovos de chocolates em exposição e, em alguns deles, os preços foram remarcados para baixo. A reportagem ainda pesquisou um ovo da marca Lacta, o Diamante Negro, de 215 grama, que custava R$ 35,99 em um supermercado da zona Oeste, onde os produtos geralmente têm preços mais baixos. Em outro estabelecimento, localizado mais ao Centro da capital, o mesmo produto foi encontrado ao preço de R$ 27,89 já remarcado, o que acarretaria uma economia de R$ 8,10 para o consumidor.

Fabricante de ovos caseiros diz que se surpreendeu com vendas

Se para comerciantes tradicionais a Páscoa de 2017 foi de queda nas vendas, os fabricantes de ovos caseiros afirmaram para a reportagem que o período foi de lucro satisfatório. Depois de trabalhar em uma doceria da cidade, Luana Araújo, 21 anos, se apaixonou pela culinária e decidiu embarcar no negócio de fornecimento de doces diferenciados na Páscoa. Ela acredita que o fato de trabalhar com produtos diferentes foi o principal fator para o sucesso nas vendas: “Não limito minha produção apenas nos ovos de chocolate. Também faço bolos recheados, doces finos, cupcakes, brigadeiros, brownies, chocolates eróticos, entre outras guloseimas”, relatou. Mas, segundo ela, os produtos mais vendidos foram os ovos de colher de  250g, 350g, 500g e 1kg que são feitos por encomenda.

Com o sucesso das vendas a confeiteira já pensa em abrir a sua empresa. “A páscoa acabou abrindo muitos horizontes para mim e as vendas foram bem satisfatórias. Meu plano é continuar nesse ritmo até me firmar na área e, quem sabe, abrir minha empresa”, pontuou.

Comparados com ovos tradicionais, os caseiros não estavam baratos como costumavam. Em uma rápida pesquisa, a reportagem pôde perceber que os ovos de colher estavam custando entre R$ 25 a R$ 110,00. Para a consumidora Tayna Siqueira, que preferiu comprar os ovos caseiros, o sabor diferenciado dos recheios foi determinate, juntamente com o fato de sair do convencional: “Parece que os ovos caseiros dão um toque mais pessoal ao presente, além de serem mais cremosos e saborosos”, disse. (M.L)