Cotidiano

Pesquisa do IBGE põe Roraima como o 3º melhor rendimento médio do Brasil

Números vêm sendo acompanhados desde o início do levantamento da pesquisa, em janeiro de 2012

Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado de Roraima apresenta o terceiro melhor rendimento médio do Brasil, com R$ 2.146,00, ficando atrás apenas do Distrito Federal, com R$ 3.046,00; e de São Paulo, com R$ 2.401,00. Do outro lado da ponta, com os menores rendimentos, estão Maranhão (R$ 946,00), Piauí (R$ 1.122,00) e Ceará (R$ 1.137,00).
Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substitui a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Pela primeira vez, o levantamento apresenta as informações detalhadas sobre o mercado de trabalho no Brasil nas grandes regiões e nos estados.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, informou que, embora essa pesquisa tenha iniciado a série histórica em janeiro de 2012, esta é primeira vez que está sendo divulga com dados específicos por estados. “A partir de agora, as próximas pesquisas serão divulgadas a cada três meses, com a próxima divulgação em agosto e mais uma em novembro”, disse.
As planilhas disponibilizadas no sistema do IBGE por estados mostram que a série histórica de dados relativos aos rendimentos dos trabalhadores de Roraima variam de R$ 1.841,00, no início da pesquisa, a R$ 2.146,00, até agora, com os dados mais recentes. “Não se trata de um movimento brusco que mostra que de uma hora para outra houve um aumento, mas de um movimento que está acontecendo desde o início do levantamento da pesquisa, em janeiro de 2012, que vem demonstrando aumento e de queda de rendimento. Mas no último trimestre, percebe-se esse aumento expressivo de rendimento, que passou de R$ 1.999,00 para R$ 2.146,00”, frisou.
Quanto ao fato de o rendimento apresentar queda e aumento, Azeredo explicou que isso é normal por se tratar de um estado pequeno e, por essa razão, apresentar oscilações mais fortes nos rendimentos dos entrevistados. Outro ponto positivo que o coordenador destacou foi quanto ao rendimento dos trabalhadores de Roraima em relação aos outros estados da região Norte. “Quando se compara com os de Rondônia, Acre e Amazonas, são quase R$ 700,00 a mais”, frisou, ressaltando que não se trata de renda per capta, mas de rendimento médio do trabalhador que informou seus vencimentos aos pesquisadores do IBGE.   
“Essa média de rendimento de cada Estado é feita apenas dos moradores que trabalham e informaram seus rendimentos. Através dessas informações é calculada uma renda média no Estado. Essa é a metodologia”, explicou sem informar quantas pessoas em Roraima participam da pesquisa. “O número de amostras é o que menos importa, pois a pesquisa tem uma metodologia própria de amostragem desenhada para cada estado”.
Segundo ele, a pesquisa é feita nos domicílios que caem na amostra, os quais ficam respondendo por cinco vezes ao ano. “É feito um acompanhamento a cada três meses neste mesmo domicílio. É baseado nisso que podemos afirmar que o rendimento médio de Roraima passou de R$ 1.999,00 para R$ 2.146,00, ou seja, aplicamos essa metodologia em 80% dos domicílios em relação a um período e outro”, explicou.
BRASIL – No Brasil, no primeiro trimestre, o rendimento médio real (todos os ganhos recebidos no mês) de todos os trabalhadores ocupados foi estimado em R$ 1.840,00, número que ficou estável em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o trimestre anterior, o rendimento cresceu 0,8%.
“O aumento é esperado, dado que dispensa os trabalhadores temporários, que são pessoas que ganham menos. E quando se tem menor número de pessoas ganhando menos, então, o rendimento acaba subindo”, disse. “Para o Brasil, a conta final ficou estável [do rendimento do trabalho]. Como a gente tem diferenças regionais fortes, os movimentos tendem a ser diferentes, mas, na média final, o rendimento está estável. Mas em algumas regiões se tem diferença em termos de patamar de rendimento, diferenças grandes”, frisou. (R.R)