Cotidiano

Pesquisas apontam variação de preço em BV

Além do Dieese, o preço da cesta básica na Capital vem sendo pesquisado pelo Instituto Fecomércio e Procon Assembleia

A cesta básica do boa-vistense tem sofrido variações de preço, de acordo com pesquisas realizadas por três órgãos, sendo um a nível nacional e dois a nível estadual. Além do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta vem sendo estudado pela Federação do Comércio de Roraima (Fecomércio) e pelo Procon Assembleia.

Na pesquisa do Dieese, realizada em janeiro, a cesta básica na Capital chegou a R$ 389,93. Segundo o Departamento, Boa Vista possui a 13ª cesta básica mais cara entre as 26 capitais brasileiras. Em janeiro, segundo o Dieese, a maior parte dos 12 produtos que compõem a cesta básica em Boa Vista apresentou elevação de preços.

O tomate, que sofreu acréscimo de 30,01%, e o feijão, com 8,91%, tiveram alta acima da registrada no total da cesta. Para o Dieese, os 12 produtos que compõem a cesta básica são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Ao contrário de outros estados, a batata não é incluída na cesta do boa-vistense.

A pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisa e Desenvolvimento (IFPD-RR), em janeiro e fevereiro, analisou em seis maiores supermercados na Capital, 12 produtos essenciais para o consumo diário, tais como carne, leite, feijão, arroz, óleo, banana, farinha, margarina, café, açúcar, tomate e pão francês.

Conforme o órgão, enquanto nos meses de agosto, setembro e outubro de 2015 a cesta foi cotada ao valor médio de R$ 307,71, no mês de novembro custou R$ 295,90, nos dois primeiros meses de 2016 chegou a um total de R$ 342,56. O item mais caro registrado na pesquisa foi a carne, que representou 30,81% do valor total da cesta básica. Em segundo lugar, o tomate com 27,94%.

Segundo o diretor-técnico do Instituto Fecomércio, José Maria Carneiro, a pesquisa do órgão tem a finalidade de orientar o consumidor a praticar a economia. “Nós vamos de supermercado em supermercado, observando as promoções para mostrar os indicativos nesse momento difícil da economia, onde o consumidor pode adquirir o mais barato. A gente observa que os estabelecimentos localizados na zona Oeste da Capital sempre têm mais promoções e preços vantajosos ao consumidor”, disse.

Conforme ele, o período de estiagem e o cenário econômico incerto inflacionaram o preço da cesta nos primeiros meses do ano. “Com isso, houve essa elevação. A estiagem, por exemplo, fez subir o preço dos produtos regionais, como o tomate, a banana e a farinha”, explicou.

O Procon Assembleia, órgão de defesa do consumidor ligado à Assembleia Legislativa de Roraima, também mantém controle sobre os preços da cesta básica praticados no Estado. Para isso, realiza mensalmente, desde 2015, uma pesquisa de preços referente ao conjunto de itens essenciais.

Conforme o diretor do Procon, Lindomar Coutinho, a pesquisa do órgão tem o objetivo de manter o controle de preços para comparativo no fim de cada ano. “A ideia é saber em quanto subiu o preço de cada produto. Todos os supermercados de grande porte da Capital foram pesquisados”, disse.

De acordo com ele, o produto que mais influenciou no preço da cesta básica em janeiro foi a farinha. “Por ser regional e por conta desse período de estiagem. O restante subiu conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor [IPCA]”, informou.

Por Boa Vista não possuir legislação que especifique quais são os produtos da cesta básica, Coutinho explicou que o órgão fez adaptações para realizar a pesquisa. “Perguntamos aos consumidores o que era mais utilizado na cesta e captamos os preços. Com os produtos, calculamos por quilo e chegamos à conclusão de que a cesta custa, em média, de R$ 86,00 a R$ 96,00”, frisou. (L.G.C)