A Superintendência da Polícia Federal (PF) em Roraima divulgou nota nesta segunda-feira (7) em que contesta a versão de que garimpeiros teriam assassinado dois indígenas na Terra Indígena Yanomami, denunciada no último sábado (6) pela Urihi Associação Yanomami.
A corporação informou que iniciou as tratativas com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para o início das investigações sobre a denúncia e ouviram testemunhas, profissionais de saúde que atuam na região e a liderança da comunidade Konapi, da etnia de uma das vítimas.
Conforme os relatos das testemunhas, os indígenas, após consumo de bebidas alcoólicas, teriam brigado e iniciado trocas de ameaças de morte, quando o primeiro deles teria quebrado uma flecha e a utilizado como faca para atingir o outro indígena, que reagiu e atirou com uma espingarda.
“A PF ressalta a importância de sua interlocução e auxílio mútuo com a pluralidade de órgãos e comunidades tradicionais na resolução dos conflitos ocorridos em terras indígenas, com o objetivo de cumprir com suas atribuições constitucionais e evitar a propagação de desinformação”, acrescenta.
Denúncia
O presidente da Urihi Associação Yanomami, Junior Herukari, havia dito que garimpeiros teriam matado dois indígenas e fugido no território Yanomami. Em ofício ao governo federal, ele narrou que o crime que vitimou Marcos Yanomami e Gerente Yanomami ocorreu em 2 de janeiro, na região do Alto Catrimani.
No documento em caráter urgente, o líder da associação relatou que um dos corpos foi queimado em atenção às tradições indígenas, enquanto outro segue na floresta monitorado pela população local. Hekurari pediu providências à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público Federal (MPF), à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), ao Exército Brasileiro e aos ministérios dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos.