A Polícia Federal deflagrou na manhã de ontem, 21, a “Operação Flak”, visando desarticular financeiramente uma organização criminosa especializada no transporte aéreo de grandes quantidades de entorpecentes para o Brasil, Estados Unidos e Europa. Em Roraima, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão.
Foram 54 mandados de prisão e 81 de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas, nos Estados de Tocantins, Goiás, Paraná, Pará, Roraima, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
Mais de 400 policiais federais deram cumprimento aos mandados. A ação contou com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás (GRAER/PMGO).
Ainda foram pedidos pela PF e deferidos pela Justiça Federal o bloqueio de contas bancárias de aproximadamente 100 pessoas e empresas envolvidas, a apreensão de 47 aeronaves, o sequestro de 13 fazendas com mais de 10 mil cabeças de gado bovino e a inclusão de seis pessoas no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol.
Segundo a investigação, que teve início há dois anos, no período compreendido entre meados de 2017 e 2018, foram realizados no mínimo 23 voos transportando em média 400 quilos de cocaína cada, totalizando mais de nove toneladas.
Os investigados devem responder, na medida de suas participações, por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.
O nome da operação faz alusão a uma expressão utilizada pelos países aliados durante a Segunda Guerra Mundial para se referirem à artilharia antiaérea alemã.
ORGANIZAÇÃO – As investigações apontaram que a suposta quadrilha era organizada em quatro núcleos. O logístico seria responsável pela contratação de pilotos e aeronaves; o aeronáutico traçava os planos de voos clandestinos para fugir da fiscalização; no mecânico, os envolvidos eram responsáveis por reparos e melhorias nas aeronaves, inclusive com abastecimento no ar. Por último, o núcleo varejista realizava as transações e contratos com os compradores da droga no exterior e outros Estados.
SUBMARINO – Segundo a Polícia Federal, a cocaína era proveniente da Colômbia e Bolívia. Através de rotas intermediárias, que passavam por países como o Suriname, Venezuela, Guatemala e Honduras, a droga era distribuída no Brasil, Estados Unidos e Europa.
A logística da organização criminosa impressionou até mesmo a PF, que revelou que a quadrilha possuía, até o ano passado, um submarino capaz de transportar oito toneladas de drogas até a África.