A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã de ontem, 15, a operação “Porta dos Fundos”, que tem por finalidade cumprir medidas cautelares para apurar um suposto esquema de fraude do concurso para provimento de cargos de analista e técnico do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 11ª Região, que foi realizado em Roraima e no Amazonas.
As provas do concurso foram aplicadas no dia 19 de fevereiro deste ano, nos turnos da manhã (Técnico Judiciário) e tarde (Analista Judiciário), em Boa Vista e em Manaus. As investigações iniciaram em abril de 2017, mediante denúncia da Fundação Carlos Chagas (FCC), organizadora do concurso.
Nas investigações da PF, foi constatado o envolvimento de uma organização criminosa especializada em fraudes de concursos públicos que havia sido desmascarada em outra operação realizada no estado da Paraíba, no início do ano. A PF estima que mais de 400 pessoas foram beneficiadas pelo esquema por meio do pagamento de R$ 18 milhões à quadrilha durante os últimos dez anos.
Foram identificados ainda cinco candidatos do concurso do TRT da 11ª Região supostamente beneficiados pelo esquema. Três deles foram classificados nos cargos de técnico e analista judiciário e outros dois classificados no cargo de técnico judiciário.
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Nesta fase da Operação, a PF cumpriu seis mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva nos estados do Amazonas, Roraima e Alagoas. Segundo a PF em Roraima, os mandados referentes ao Estado foram cumpridos no bairro Cidade Satélite, na zona oeste de Boa Vista, mas ninguém foi encontrado.
CRIMES – Os investigados responderão pelos crimes de constituição de organização criminosa, associação criminosa e fraude em certame de interesse público. A Polícia Federal esclareceu que não foram identificados indícios de participação de funcionários e servidores da Fundação Carlos Chagas ou do TRT 11ª Região no esquema fraudulento.
OPERAÇÃO – “Porta dos Fundos” é a expressão popular utilizada para designar uma atividade ou ação que queira ser escondida ou que seja de natureza escusa. Ao tentarem adentrar no serviço público de forma irregular, os envolvidos remetem à ideia ilustrativa de um acesso irregular a um local, indicando, portanto, uma entrada pela porta dos fundos. (L.G.C)
