Ao menos 12 pessoas foram presas até a tarde de ontem, dia 13, pela Polícia Federal, nos estados de Roraima e Amazonas, onde foi deflagrada a Operação K’daaiMaqsin, que teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa que seria responsável pela fabricação ilegal de armas e munições que abasteceria garimpos, facções criminosas e outras atividades ilegais em Roraima.
Segundo informações da Polícia Federal, foram 9 pessoas presas em razão dos mandados expedidos, e mais 4 em flagrantes, sendo que um dos flagranteados também era alvo da medida de prisão preventiva. Das 12 prisões, apenas uma foi no Estado do Amazonas. As investigações continuam e os principais crimes investigados são a participação em associação criminosa ou organização criminosa e o comércio ilegal de arma de fogo.
A operação desta sexta-feira, 13, contou com mais de 80 policiais federais que cumpriram dez mandados de Prisão Preventiva e vinte de Busca e Apreensão nos estados de Roraima e do Amazonas. Os mandados foram expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual de Roraima, após representação da Autoridade Policial pelas medidas e manifestação favorável do Ministério Público Estadual.
Na operação, foram apreendidas armas, munições e apetrechos para fabricação e manutenção de projéteis. Até a tarde de ontem, a PF ainda não havia feito o balanço de apreensões de armas e munições.
O inquérito policial foi instaurado após diligências constatarem que um galpão localizado em Boa Vista, poderia estar sendo utilizado como oficina para a fabricação e comercialização de armas de fogo e munições de forma irregular.
Com o avanço das investigações, a PF identificou uma rede de armeiros irregulares que estariam operando no estado, inclusive contando com o apoio de um estabelecimento comercial familiar que operaria com aparente legalidade. O nome do comércio e dos envolvidos não foram divulgados pela PF.
Os indícios apontam que os principais suspeitos, além de abastecerem garimpos e outras atividades ilegais da região com os armamentos, operariam diretamente a exploração ilegal de ouro em terras indígenas.
A PF afirmou que as investigações identificaram que alguns dos alvos, notadamente armeiros, também poderiam estar envolvidos com empreendimentos em garimpos ilegais e que garimpeiros seriam eventuais clientes do grupo.
As investigações contaram com o apoio do Ministério Público do Estado de Roraima (MPE/RR) e da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1º BIS).
O nome da operação faz referência a uma divindade maligna da cultura Iacuta (turcomanos que habitam região próxima à Sibéria), K’daaiMaqsin, quem seria o ferreiro-chefe do submundo e associado às perversões da arte da forja. (R.R)