Cotidiano

Plano de impacto ambiental da UTE será apresentado em audiência

A audiência é mais uma etapa da exigência legal para o início da construção da usina movida a gás natural 

O plano de impacto ambiental para a construção da Usina Termelétrica Jaguatirica II será apresentado na tarde desta quinta-feira, 17, durante a audiência pública que a Eneva, empresa responsável pela usina, e a Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recurso Hídricos) vão promover a partir das 17h no Espaço do Sesi, na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes.

À Folha, a relações institucionais da Eneva, Aline Louise, disse que a audiência é mais uma etapa da exigência legal para o início da construção da usina movida a gás natural, que vai fornecer energia limpa e segura para o estado a partir de 2021. A intenção da empresa, que foi uma das vencedoras do leilão realizado em maio para suprimento de energia, é ser um dos caminhos para o crescimento do Estado, contribuindo para a redução nas tarifas de energia elétrica. 

“Na audiência vamos falar como o projeto vai acontecer, as consequências esperadas na geração de energia e os prazos e cronograma de início da obra que tem previsão de durar dois anos. A audiência é uma maneira de informar a comunidade e as autoridades sobre os impactos que ficarão para a população”, afirmou.

Foram convidados para participar da audiência as autoridades do Estado, dos municípios, judiciário e Ministério Público e podem participar pessoas da comunidade interessadas em conhecer o empreendimento.   

Aline citou ainda que o projeto termelétrico que a companhia vai desenvolver em Roraima terá geração de 132,3 MW, movido a gás natural, que será abastecido com o gás produzido pela própria Eneva no campo de Azulão, no Amazonas. O gás será liquefeito e transportado via carretas para Boa Vista por meio da BR 174 para abastecer a usina.

A previsão de investimento é de R$ 1,8 bilhão. “Estes recursos serão investidos nos dois estados. No Amazonas, o investimento é para expandir nossa produção de gás e em Roraima, para construir a usina de geração de energia”, disse. (R.R)

Obra deve gerar mil empregos em Roraima e Amazonas

Usina construída em Roraima será similar à construída no Maranhão (Foto: Divulgação)

O projeto de construção da UTE (Usina Termelétrica) começa no Amazonas, onde o gás será produzido no campo de Azulão, e tem continuidade em Roraima, onde será construída a UTE em Boa Vista, onde o gás será utilizado como fonte geradora na produção de energia elétrica alternativa.

A relações institucionais da Eneva, Aline Louise, disse que as obras de terraplanagem em Boa Vista já iniciaram no local onde será erguida a usina, próximo à BR 174, por trás da Embrapa.  

Ele destacou que inicialmente a construção da usina pretende promover a geração de emprego e renda para aproximadamente mil pessoas, tanto no campo de Azulão, em Manaus-AM, quanto na construção da usina, em Boa Vista. Porém, não soube precisar quantas pessoas especificamente serão contratadas para as obras em Roraima. 

“A empresa ainda está realizando estudos para saber como é a mão de obra local, se tem especialização, se é suficiente para atender a construção, saber quantos soldadores, quantos marceneiros e, a partir daí, contratar as pessoas de acordo com as fases da obra”, disse. “Atualmente estamos na fase da terraplanagem do terreno, que emprega poucas pessoas, mas já estamos em contato com as universidades, Governo do Estado, Federação das Indústrias de Roraima e sindicatos para absorver toda mão de obra possível, que tenha relação com a obra, seja hidráulica, mecânica, elétrica e construção civil”, disse.

Aline informou que a Eneva assinou contrato com a empresa Techint, que é multinacional ítalo-argentina, para a construção da obra. O prazo de finalizar a construção e entrar em operação é de dois anos a contar da data do leilão, em maio. O prazo final para entregar a obra é junho de 2021, com a usina pronta e gerando energia. Mas nossa projeção é que a Eneva possa iniciar a geração de energia bem antes deste prazo. A energia produzida será vendida para a Roraima Energia, que revende para os usuários. (R.R)

Empresa vai gerar energia por 15 anos 


A Usina Termelétrica Jaguatirica II terá disponibilidade de potência de 117 MW, pelo prazo de 15 anos (Foto: Divulgação)

Segundo dados disponibilizados pela Eneva, a Jaguatirica II terá disponibilidade de potência de 117 MW pelo prazo de 15 anos, a partir de 28 de junho de 2021. Durante o período de suprimento, a usina receberá receita fixa anual de R$ 429.300.196,62, reajustada anualmente pelo IPCA. 

O diretor executivo da Eneva, Pedro Zinner, disse que o projeto vai aumentar a oferta de energia limpa numa região dependente do diesel. 

“Após um ano de intenso trabalho, conseguimos desenvolver este projeto de alta complexidade, mas importante para o Amazonas, para Roraima e para o País. Para o Amazonas, por colocar em produção um ativo declarado comercial em 2004, inaugurando a fase produtora da Bacia do Amazonas; para Roraima, por aumentar a segurança energética do Estado de forma mais limpa; e para o País, por aumentar a oferta de energia em uma região dependente do diesel e da energia proveniente da Venezuela. Eu não podia estar mais satisfeito”, disse. 

Ele destacou ainda que o campo de Azulão marca a expansão da atividade de exploração e produção da Eneva para além da Bacia do Parnaíba, reforça a experiência da companhia na operação de ativos em terra e em regiões no Norte e Nordeste do País. “Vamos replicar no Amazonas e em Roraima as mesmas práticas que já exercemos no Maranhão e no Ceará, um trabalho sério, responsável e que contribui para o desenvolvimento econômico local, reforçando o compromisso assumido de crescer sempre de forma sustentável, gerando valor para sociedade, investidores e nossos colaboradores, contribuindo para a segurança energética nacional”, disse. (R.R)