Cotidiano

PMBV licita obras de mobilidade urbana

Plano no valor de R$68 milhões prevê implantação de ciclovia, calçadas, quatro pontes, abrigos de ônibus e bicicletários

A Prefeitura de Boa Vista publicou, no Diário Oficial do Município do dia 20, a abertura de  processo licitatório para a execução de um plano de mobilidade urbana. Está prevista a implantação de 44,6 quilômetros de ciclovia, interligando a zona Oeste da Capital ao Centro, 59 km de calçadas, quatro pontes, além de 850 abrigos para espera de ônibus, sendo 100 climatizados e 50 bicicletários. As obras serão executadas por meio de convênio com a Caixa Econômica Federal, que irá destinar R$68 milhões, com contrapartida de R$ 4 milhões da Prefeitura.
A Prefeitura ainda não especificou os locais onde serão executadas as obras de mobilidade. A Secretaria Municipal de Comunicação informou que o processo licitatório tem prazo de 60 dias para ser finalizado, a partir da data de publicação no Diário Oficial. As obras se iniciam logo depois do término do processo. Boa Vista é a primeira cidade da Região Norte a celebrar um projeto de mobilidade urbana.
Enquanto as obras não começam, o boa-vistense continua enfrentado os problemas diários por falta de mobilidade para pedestres, cadeirantes e ciclistas. O único meio de locomoção do estudante David Alves, 16 anos, é a bicicleta. Ele irá cursar o segundo ano do ensino médio em 2015 e percorre cerca de 5 quilômetros para chegar à escola, localizada na zona Oeste. Ele acredita que a instalação de ciclovias irá garantir um percurso mais seguro. 
“Quase todos os dias escapo de ser atropelado por motoristas imprudentes que, ao tentarem realizar uma ultrapassagem, acabam subindo nas calçadas, colocando a vida de pedestres e ciclistas em risco. Espero que eles respeitem as ciclovias, pois assim poderemos nos locomover em segurança”, disse.
Outro ponto positivo destacado pelo estudante em relação ao plano de mobilidade urbana é a instalação de bicicletários. “Quando preciso ir ao supermercado, ou quando vou à praça, amarro a minha bicicleta com uma corrente junto a um poste. Os bicicletários serão uma opção segura para guardá-la”.   
A vendedora Valdirene Menezes, moradora do bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste, pega dois ônibus para chegar ao seu local de trabalho, no Centro. Ela relata que os pontos de ônibus não possuem abrigo, o que acaba obrigando os usuários de transporte coletivo a esperar sob o sol quente. “Não é nada fácil ter que pegar sol no rosto enquanto se espera o ônibus. Já estava mais do que na hora de construírem mais abrigos, para que a população possa esperar de modo confortável”, afirmou.
A estudante Marla Figueiredo enfrenta problemas de mobilidade, pois utiliza cadeiras de rodas desde a infância, época em que perdeu o movimento das pernas devido a um acidente automobilístico. Ela relatou que calçadas esburacadas prejudicam a sua locomoção. “Grande parte das calçadas de Boa Vista deve ser reformada. Uma vez caí da cadeira em uma praça devido a buracos no chão. Espero que este plano se estenda para toda a cidade, pois não é nada fácil viver assim”, desabafou.