Cotidiano

PMs reclamam que viaturas não recebem revisão e estão com câmeras desligadas

Conforme denúncia, policiais teriam recebido ordens para não usar o ar-condicionado para economizar combustível

Enquanto aguardam a aquisição de novas viaturas, por parte do Governo do Estado, policiais militares denunciaram para a Folha que os atuais veículos do Programa Ronda no Bairro, utilizados pela Polícia Militar para fazer a segurança da população, estão em condições longe de ser as idealizadas pelo programa. Conforme eles, alguns carros que se envolveram em acidentes estão parados em oficinas e outros sequer recebem revisão.

Conforme um dos policiais, que preferiu não se identificar, equipamentos que deveriam ser utilizados para auxiliar nas abordagens, como as câmeras de segurança, instaladas nas viaturas, não funcionam mais. “Isso já tem algum tempo. É um equipamento importante, mas todos estão desligados”, disse.

Segundo ele, o governo determinou que os PMs rodassem com as viaturas sem a utilização do ar-condicionado para economizar combustível. “Fica difícil para nós fazermos ronda nessas condições. Faz muito calor e também ficamos expostos a toda essa situação”, afirmou um policial.

Para o militar, a segurança da população pode ficar comprometida caso as novas viaturas não cheguem em breve. “Hoje temos poucas viaturas rodando. Não tem como rodar nessas condições. Esperamos que esses novos veículos que foram prometidos cheguem logo, senão vai ficar difícil”, frisou.

O convênio firmado pelo Governo do Estado com a empresa locadora dos carros afirma que os veículos quebrados ou danificados devem ser substituídos imediatamente para que não haja prejuízo no atendimento à população. Na prática, segundo o PM, não é isso que vem ocorrendo. “Tem viatura que está há meses na oficina e ainda não foi substituída”, denunciou.

GOVERNO – Em nota, o Governo informou que a PM dispõe hoje de 27 viaturas que estão rodando distribuídas nas unidades operacionais da Capital e três no interior. “Sempre que houver dano ou necessidade de manutenção em alguma viatura, a mesma é entregue à empresa para que seja reparado. A empresa então substitui a viatura por outra para que o serviço de policiamento ostensivo não seja prejudicado”, disse, sem se referir às câmeras desligadas.

Conforme o governo, quando a viatura danificada é consertada, ela volta novamente para as ruas. E quando a viatura não é substituída, é descontado o valor das diárias que seriam pagas à empresa pelo tempo que a viatura estiver parada. “É assim que funciona, conforme o contrato assinado com a empresa prestadora do serviço, prorrogado por mais 90 dias, válido até o dia 31 de março de 2016, cujo valor é de R$ 890.622,00”, frisou a nota.

Destacou ainda que as atividades de policiamento ostensivo não sofrerão alteração alguma por conta de manutenção de viatura e que a Polícia Militar sempre estará cumprindo com seu objetivo junto à sociedade roraimense. (L.G.C)