PMs usam fitas branca e preta em protesto e solidariedade às vítimas de assassinato

Depois dos assassinatos que chocaram a população do estado, na última segunda-feira (9), cometidos por um soldado da Polícia Militar, a corporação está usando hoje fitas no uniforme, nas cores preta e branca, como forma de protesto e solidariedade às famílias vítimas do crime.

Segundo uma policial que conversou com a FolhaWeb, mas preferiu não se identificar, o ato é uma forma de demonstrar a consternação da corporação com o crime bárbaro que envolveu um policial. Além disso, ela explicou que o ato pretende demonstrar tanto à população como para as famílias acometidas com a dor da perda que os policiais não toleram essa atitude e que acredita nas providências necessárias para a expulsão do soldado Felipe Quadros, o acusado do triplo assassinato.

“Hoje estamos juntamente com os familiares tristes e consternados. Nenhuma atitude nossa vai trazer de volta as vítimas, mas queremos mostrar que somos uma classe que primamos pela coisa correta e certa e não estamos de acordo com o que aconteceu. Além disso, vamos tentar ajudar no que for preciso para diminuir a dor, ajudando no que for necessário essas famílias para que possam seguir em frente”, afirmou a sargento.

Ao analisar as conseqüências negativas de atos transgressores cometidos por colegas de farda, a policial lamenta o fato de algumas pessoas generalizarem a categoria pelo erro cometido por apenas uma pessoa.

“Existem algumas pessoas que ao analisar a situação, sabem separar e discernir o papel da PM e identificar o caso como isolado. Mas tem algumas pessoas que não conseguem separar e generalizam, colocando a classe toda como errada, o que não é verdade”, explica a policial.
 
O comandante-geral da PM, coronel Dagoberto Gonçalves, ao comentar a atitude dos policiais, declarou que “em nome de toda a Corporação e consternado com o acontecimento, lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares das vítimas e repudia o ato perpetrado pelo soldado que maculou a imagem da instituição”.

“Em 40 anos de criação no Estado, a Polícia Militar de Roraima tem como missão precípua “Servir e Proteger” a sociedade e não permitirá que, atos isolados com este manchem uma história construída com base no respeito à vida, à honra e à dignidade das pessoas”, diz a nota do comando geral.

Ao finalizar, coronel Gonçalves destacou que “essa tragédia não vai macular a história da Policia Militar, porque seu maior objetivo é defender a população e qualquer um que represente risco à vida das pessoas será punido rigorosamente, na forma da lei”.