A Polícia Civil de Roraima cumpriu 18 mandados de prisão, ontem, durante a Operação “Marias”, contra a violência doméstica e crimes contra dignidade sexual. A Operação faz parte da programação alusiva aos “16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher” que aconteceu simultaneamente em 17 estados do país.
Dos mandatos cumpridos ontem, sete foram preventivos e onze por sentença condenatória de violência doméstica e crimes sexuais, inclusive contra vulneráveis. Uma prisão foi realizada na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, com apoio da Polícia Civil daquele Estado.
Os números da operação no Estado foram anunciados durante coletiva na tarde de ontem, pelo delegado-geral, Herbert de Amorim Cardoso, e pela a diretora do DPE (Departamento de Polícia Especializada), Elivânia Aguiar, que coordenou a ação.Aproximadamente 30 policiais foram mobilizados em Boa Vista e nos municípios do Bonfim, Cantá e Caracaraí.
A delegada informou que atuaram em conjunto com o DPE, policiais da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), NPCA (Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente), Polinter (Polícia Interestadual), do Plantão Diferenciado, do GRI (Grupo de Resposta Imediata) e Central de Flagrantes.
Elivânia Aguiar disse que dos sete mandados de prisões preventivas, quatro são por violência doméstica e três por crimes de estupro de vulneráveis. Quanto aos mandados por sentenças condenatórias, cinco são por crimes de estupro de vulnerável, um por corrupção de menor e cinco por violência doméstica.
“O comprimento dos mandados foi importante, principalmente das sentenças condenatórias, que estas pessoas já haviam sido sentenciadas e não estavam cumprindo suas penas, e com essa ação dez pessoas foram encarceradas para cumprir suas penas, a qual foram condenadas”, afirmou. “É a resposta que Polícia Civil tem dado à sociedade e às vítimas de violência doméstica e crimes sexuais, que deixam marcas na alma”, afirmou.
O delegado Herbert Amorim citou que a operação encerrou, mas que os trabalhos da Polícia Civil continuam em cumprimento a outros mandados em aberto.
“A Delegacia Interestadual vem fazendo trabalho, não só em relação às vítimas mulheres, mas outros demais. Ainda temos de dois a três mil mandados de prisão em aberto”, afirmou.
Hebert informou que a decisão de que as delegadas de Polícia da Mulher deveriam se reunir para definirem estratégias de ações mais efetivas no combate à violência doméstica no país ocorreu durante reunião do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia.
“Com isso, foi realizado o Fórum Permanente de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, ocorrido em Brasília nos dias 30 e 31 de outubro, que definiu a realização da Operação Marias, cuja ação foi deflagrada ontem em vários estados brasileiros, inclusive em Roraima”, afirmou.
O nome da operação Marias faz referência à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica, referencial na luta em defesa dos direitos das mulheres e cujo nome é emprestado à lei “Maria da Penha”, uma ferramenta fundamental no combate à violência doméstica de familiar. (R.R)