Cotidiano

Polícia Comunitária vai ser lançada hoje

Bairro Senador Hélio Campos será o primeiro beneficiado com a implantação da Polícia Comunitária

O Governo do Estado promove hoje, na Casa do Cidadão, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste, a solenidade de lançamento da Polícia Comunitária. De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Dagoberto Gonçalves, o programa visa auxiliar na redução dos índices de criminalidade, tanto na Capital quanto no interior.

“Em alguns países, como o Japão, esse instrumento é utilizado desde os tempos do regime feudal, baseando-se na parceria entre a polícia e a sociedade. É uma maneira diferente de se fazer o policiamento, fora do contexto tradicional que é empregado atualmente”, comentou o coronel.

Além do início das ações do projeto, o governo fará a posse das pessoas que farão parte do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg). Segundo Gonçalves, os membros desse conselho foram escolhidos pela comunidade que, juntamente com os policiais, farão a elaboração das estratégias de segurança de cada localidade.

“Esse conselho é formado por pessoas do próprio bairro, ou seja, são aquelas que falam pela comunidade. Então, nessa filosofia de atuação, há a eleição do conselho de comunidade, quando o programa será inserido e são escolhidos os seus representantes, que voluntariamente vão discutir com os policiais que moram no bairro as estratégias de segurança”, explicou.

Segundo o comandante-geral da PM, a ideia é antiga, tendo sua primeira tentativa de implantação em 2005, na época da gestão do então governador Ottomar Pinto. No entanto, após o falecimento dele, em dezembro de 2007, o projeto não teve continuidade, sendo retomado somente agora, no governo Suely Campos (PP).

“Como ele se dá de forma bem aberta, não há um modelo a ser baseado. É um projeto democrático, em que as ações se darão de forma descentralizada. O policial que está na ponta, que mora no bairro Senador Hélio Campos, vai começar a desenvolver as ações de acordo com as necessidades do cidadão”, afirmou.

“Para o que for elencado como problema, será traçada uma estratégia para resolver esse problema, seja: uma evasão escolar e crescimento no consumo de drogas, além da incorporação de outros programas, como o Proerd [Programa Educacional de Resistência às Drogas], a Rede de Vizinhos, que é uma ação da Secretaria Estadual de Segurança Pública [Sesp], que envolve toda a comunidade do bairro na questão do monitoramento, e outros programas que atuarão diretamente na prevenção de causas”, complementou Gonçalves.

Outro ponto que será agregado pelo policiamento comunitário será a implantação de trabalho junto às escolas. Conforme o comandante-geral da PM, a intenção é fazer com que esses ambientes contribuam com a difusão das políticas preventivas de segurança.

“Pelo fato de estarmos iniciando pelo Senador Hélio Campos, a corporação começará a difundir esse projeto em todas as escolas desse bairro, que seriam Elza Breves, Sonia de Brito e Professora Conceição da Costa. Esses policiais vão interagir com a direção da escola, com o ambiente escolar e desenvolver vários projetos de educação e de policiamento preventivo. Ou seja, agindo nos problemas que foram elencados naquela comunidade, para trabalhar na prevenção das causas e não só esperar os efeitos do policiamento adicional de atendimento da ocorrência”, destacou.

RONDA – Implantado em 2014, o programa Ronda nos Bairros foi por um tempo pioneiro nas ações de segurança ostensiva no Estado. Entretanto, com o passar do tempo, a iniciativa começou a apresentar queda de eficiência sem precedentes, correndo até o risco de ser encerrado, já que as viaturas utilizadas foram alugadas pela gestão do então governador Chico Rodrigues.

Segundo o comandante-geral da PM, Dagoberto Gonçalves, o programa não será extinto, devendo aos poucos ser incorporado na nova política de policiamento comunitário, Atualmente, o programa conta com 27 viaturas, que realizam ocorrências solicitadas por meio do número 190.

“O Ronda no Bairro é um trabalho de Polícia Comunitária, porque se for analisar a história de alguns estados onde o programa foi inserido, a filosofia de atuação é a mesma. Foi assim no Amazonas, de onde esse programa foi copiado, e assim também no Ceará, que tem o Ronda no Quarteirão. A diferença aqui é que esse projeto é baseado na relação do homem/viatura e o patrulhamento ostensivo. Então, o Ronda no Bairro não vai acabar, é um programa importante para os nossos bairros, que são horizontalizados, o que torna complicado desenvolver as ações de patrulhamento. Por esse motivo, é ferramenta essencial para fomentar essa política do patrulhamento comunitário”, frisou. (M.L)