Cotidiano

Polícia encerra campanha de coletas de DNA de familiares de desaparecidos

Coleta é uma ferramenta interativa que auxilia as autoridades policiais no processo de busca das pessoas desaparecida

Terminou nesta sexta-feira, 18, a campanha de coleta de perfis genéticos dos familiares de pessoas desaparecidas em Roraima. Das oito famílias previstas para coleta, apenas cinco compareceram. Além disso, uma família procurou o LGF (Laboratório de Genética Forense) do IC (Instituto de Criminalística), para fazer a coleta após ter conhecimento da campanha por meio da mídia.

Desenvolvida pelo Governo de Roraima, por meio da PCRR (Polícia Civil de Roraima), através do LGF, que integra o Instituto de Criminalística, a campanha também contou com a parceria de peritos da Polícia Federal.

Parte do Projeto Desaparecidos, concebido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, a campanha tem cunho social e um apelo nacional que visa fazer o chamamento das famílias de todo o país que possuem entes desaparecidos para doar informações genéticas que possam facilitar a identificação destas pessoas.

De acordo com a perita criminal Andréa Cristina Sant’Ana, que faz parte da coordenação da Campanha local, cerca de 8,5 mil pessoas
 desaparecem por ano no Brasil.

O material colhido será inserido na RIBPG (Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos), uma rede nacional que busca ajudar na identificação e investigação de casos de pessoas desaparecidas no Brasil.

“Este banco nacional atualmente contém pouco mais de três mil perfis genéticos registrados”, afirmou Sant’Ana.

A perita explicou ainda que os dados são comparados com informações de restos mortais e pessoas vivas não identificadas em todo o país, facilitando o trabalho e a investigação destes casos.

Pessoas com familiares desaparecidos podem procurar o NIPD para agendar a coleta

 

Sant’Ana ressaltou ainda que, no Estado, existem muitas famílias com familiares desaparecidos e, após o final da campanha, podem procurar e o NIPD (Núcleo de Pessoas Desaparecidas) da Polícia Civil, em Boa Vista, para agendar a coleta com o Laboratório, ou a delegacia do município onde registraram o BO (Boletim de Ocorrência), no caso de moradores do interior.

Conforme Sant’Ana, a coleta é uma ferramenta interativa que auxilia as autoridades policiais no processo de busca das pessoas desaparecidas.

“Não há garantias de sucesso, nem prazo para resposta. Porém, nós, peritos de Roraima, sabemos da importância desse trabalho e ficamos honrados em participar deste projeto que poderá ajudar tanto as famílias a encontrarem seus filhos vivos ou ao menos enterrá-los com dignidade”, concluiu.