A Operação Babilônia, realizada há dez dias por cerca de 300 policiais civis e militares, no combate às drogas na área Caetano Filho, conhecida como “Beiral”, localizada no Centro de Boa Vista, vai continuar em outras áreas da Capital e em municípios do interior do Estado, conforme informou o secretário estadual da Segurança Pública, coronel Paulo César.
Ele disse que as ações policiais continuarão e destacou que a operação nada teve a ver com as imagens divulgadas na mídia de um policial militar comprando drogas no local e ressaltou que haverá também ações cívico-sociais nos locais onde a operação for realizada. “A operação já vinha sendo planejada bem antes para ser deflagrado esse primeiro estágio”, disse.
O segundo estágio no Beiral envolverá ações cívico-sociais e de policiais, inclusive para cumprimento de mandados de prisão que ainda estão em abertos. O coronel afirmou que já está sendo estudado o cumprimento de ações em outras áreas de Boa Vista e de municípios do interior. “Estamos analisando e cruzando dados criminológicos das áreas chamadas ‘Zonas de Manchas’ ou ‘Pontos Quentes’, que são as áreas onde acontecem mais incidências de crimes, quer seja contra o patrimônio, contra a vida e outros que são considerados mais ofensivos à sociedade, para desencadear as operações policiais”, frisou.
Paulo César informou que os órgãos que integram o sistema de segurança pública e defesa social no Estado estão atuando de forma integrada para dar uma resposta de segurança à sociedade, mas pede o apoio da população para denunciar atos criminosos ou situações consideradas suspeitas. “Mas não se pode se restringir exclusivamente o combate ao crime à repressão policial. É preciso ter a prevenção primária, que envolve a participação da sociedade, que deve denunciar os crimes à polícia através do 190, que será apurado e instaurado os inquéritos. A polícia garante manter o sigilo absoluto da pessoa que denunciar”, frisou.
O secretário afirmou que, na operação realizada no Beiral, foram mobilizadas equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Grupamento de Intervenção Rápida e Ostensiva (Giro) e Força Tática, da Polícia Militar, da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), além do Departamento de Repressão a Entorpecentes (DRE) e delegados de distritos da Polícia Civil, bem como o Corpo de Bombeiros.
PROJETO – Outro ponto destacado pelo secretário no combate à criminalidade é o projeto de ensino militar que já foi lançado nas escolas estaduais Professora Elza Breves de Carvalho, localizada no Conjunto Cidadão, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste, e a Luiz Rittler Brito de Lucena, no bairro Nova Cidade, também na zona Oeste.
“É um projeto piloto nas escolas onde estão sendo repassados ensinamentos militares que, naquela área, tinham alunos com problemas de comportamento, de disciplina e que havia muita evasão escolar. Agora estão tendo noções básicas de cidadania e civilidade e disciplina”, frisou.
A ideia é estender o programa a outras escolas estaduais onde forem detectados problemas de comportamento, disciplina e vulnerabilidade dos alunos e das escolas. “Com isso, estamos trabalhando as gerações presentes e futuras para contribuir com esse processo de segurança pública e aumentar a sensação de tranquilidade da população”, frisou. (R.R)
Câmeras de monitoramento instaladas há seis anos ainda estão sem funcionar
Lançado há seis anos pelo Governo do Estado como uma grande ferramenta de apoio ao trabalho policial, potencializando as ações de vigilância nas incidências de roubos, furtos e arrombamentos em Boa Vista, o projeto das câmeras de monitoramento da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) tem pouco contribuído para elucidar crimes e furtos na Capital. Isso devido à fragilidade e à falta de manutenção dos equipamentos que apresentaram defeitos devido ao rompimento da fibra ótica ou as constantes oscilações de energia elétrica, segundo afirmou o secretário estadual da Segurança Pública, coronel Paulo Cesar. “Isso trouxe problemas no nosso sistema de videomonitoramento na Capital”, disse.
Segundo ele, depois de recompor todas as câmaras que foram espalhadas em pontos estratégicos de Boa Vista, vai formalizar um termo de cooperação com a Polícia Militar, que passará a ser responsável pelo monitoramento. “O comandante da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves, manifestou interesse em assumir o comando do videomonitoramento, que passará a ser feito por policias militares que ficarão 24 horas por dia fazendo o monitoramento e o controle das imagens, atuando em conjunto com a Ciops [Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança] e com todos os órgãos que integram o sistema de segurança no Estado para dar uma resposta rápida à sociedade”, frisou.
O secretário informou que a sala de monitoramento continuará instalada na sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). Atualmente, o monitoramento é feito por servidores e agentes da Sesp. “A mudança será no monitoramento, acompanhamento e na atuação mais eficaz na resposta à sociedade”, disse.
PROJETO – A data de relançamento do programa ainda foi definida pela Sesp. No projeto original, lançado em 2010, seriam instaladas 80 câmaras em pontos estratégicos, sobretudo em ruas e avenidas de grande movimentação. No entanto, por questões estratégicas, os locais de instalação são mantidos em sigilo pela Sesp, que, antes de escolher os locais, confrontou dados estatísticos do Sistema de Segurança Pública da época onde ocorreram mais incidentes de furtos, roubos e arrombamentos.
As imagens colhidas são armazenadas e o cidadão pode sinalizar a existência de uma câmera próxima ao local de um crime ao registrar boletim de ocorrência. No entanto, as imagens podem ser solicitadas somente para investigações criminais por um delegado de polícia. Em outros casos, somente por via judicial. (R.R)