Cotidiano

Polícia Federal prende três em Roraima por fraude e crime ambiental

A extração ilegal de madeira nobre dava para encher aproximadamente 8 mil caminhões e movimentou 80 milhões de reais 

A Polícia Federal, em combate à exploração ilícita de madeira na região amazônica, deflagrou nesta sexta-feira, 12, Operação Floresta de Papel para desarticular esquemas envolvendo extração e comércio ilegal em madeireiras.

As investigações que acontecem desde 2014 tiveram os mandados expedidos pela 4ª Vara da Seção Judiciária de Roraima e envolvem cerca de 150 Policiais Federais no objetivo de cumprir 68 medidas judiciais, dentre elas oito prisões preventivas e temporárias, 56 de busca e apreensão e quatro de suspensão de atividade econômica nos estados de Roraima, Mato Grosso, Amazonas, Maranhão e Pará. Em Roraima, a capital Boa Vista e os municípios de Pacaraima, Rorainópolis e São Luiz do Anauá fizeram parte da rota da extração ilegal. A operação mira 22 madeireiras que cometeram as irregularidades entre 2014 e 2017, principalmente no Sul de Roraima.

Conforme informações da Polícia Federal, quatro pessoas já foram presas durante operação e não foram divulgadas informações sobre quem seriam os presos. A Folha conseguiu apurar junto as suas fontes, que três dessas prisões ocorreram em Roraima, envolvendo três empresários do ramo madeireiro, um deles conhecido como Ismael, por fraude, o segundo chamado Francisco, preso por crime ambiental, este inclusive já teria sido político no estado do Maranhão, e terceiro Moisés, que foi preso por fraudar informações sobre crime ambiental.

Sob apoio do Ministério Público Federal, foram abertos mais de seis inquéritos policiais para investigar fraudes cometidas por esses empresários para dar aparência de legalidade ao comércio de madeiras usando o Sistema de emissão de Documento de Origem Florestal, o SISDOF, mecanismo que faz o controle de movimentação da madeira extraída em todo o país.

O IBAMA tornou público os dados do Sistema e o acesso às informações foi um dos passos para que se pudesse fazer o controle social e combate à extração e exploração ilegal das florestas. 

Madeiras nobres extraídas ilegalmente valiam milhões e encheriam 8 mil caminhões

No esquema eram utilizadas empresas registradas, mas sem atividades para conseguir utilizar o SISDOF. As madeiras retiradas ilegalmente sob simulação de extração, compra e venda eram feitas entre as próprias empresas investigadas tendo os sócios para realização de transações financeiras fraudulentas dos reais proprietários.

Ainda conforme informações da Polícia Federal, no mercado, o valor das madeiras envolvidas na fraude poderia chegar a quase 80 milhões de reais entre espécies identificadas como Ipês, Cedros, Maçarandubas, Aroeiras e Jacarandás. 

Foram identificados mais de 91 mil metros cúbicos de madeira serrada, regularizadas em esquema fraudulento, contabilizando 120 mil toras de madeira, o suficiente para encher aproximadamente 8 mil caminhões.