As investigações sobre o assassinato da ex-secretária de Saúde do Cantá, Hadacia Alves, estão perto de um desfecho. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, já solicitou da Justiça os pedidos de prisão dos suspeitos de terem cometido o crime, que devem ser efetuados nos próximos dias, naquele município, a Centro-Leste do Estado.
Segundo a delegada Magnólia Soares, que comanda as investigações do caso, a polícia está muito próxima de chegar aos autores do crime. “Estamos no encalço e apenas no aguardo dos mandados judiciais. A investigação não parou. Ao contrário, desde que o corpo foi encontrado, as investigações estão indo de vento em polpa e estamos muito próximos de chegar aos autores do crime”, disse.
A delegada revelou que os pedidos de prisão são de pessoas ligadas à Prefeitura do Cantá, que vêm sendo investigadas pela Polícia Federal por irregularidades em processos licitatórios. “São pedidos de pessoas importantes. Ainda temos oitivas a serem feitas. No momento certo, essas pessoas serão ouvidas e estamos no aguardo. Esperamos alguma prova a mais, os laudos, para que a gente possa ouvir. O inquérito tem outras pessoas a serem ouvidas, não parou e vai haver prisões nos próximos dias”, afirmou.
A polícia apontou que Hadacia estaria envolvida no esquema e que essa poderia ter sido a motivação para o crime. “É uma investigação da Polícia Federal, mas estamos tendo uma linha de conversa boa das duas investigações e a nossa vai subsidiar a da PF e vice e versa”, frisou.
Apesar de todos os indícios apontarem a queima de arquivo como principal motivação para o crime, a delegada não descartou outras linhas de investigações. “Não podemos confirmar que tenha sido queima de arquivo, porque envolvem outras pessoas e o leque de suspeitos se torna maior para que a gente possa chegar aos autores e quem tinha o interesse de matá-la. Nós tínhamos várias linhas de investigações e continuamos com elas”, frisou.
Conforme ela, desde que a ossada da ex-secretária foi encontrada em uma área de mata no município, há pouco mais de duas semanas, foi aberto um novo inquérito. “Foram feitos os pedidos de prisão e de busca e apreensão de alguns suspeitos. O inquérito já está sob o comando da Delegacia-Geral de Homicídios [DGH] e em breve daremos uma resposta para a sociedade e para a família”, destacou.
A delegada informou que aguarda a conclusão dos laudos para apontar a causa da morte da ex-secretária. “Dos exames periciais realizados só chegou o do veículo da vítima. Ainda faltam o cadavérico e o do local do crime. Então não podemos afirmar se a causa da morte foi por arma branca, arma de fogo, asfixia ou se houve tortura ou não”, explicou.
Após ter conhecimento da morte da ex-secretária, a família, que é do Estado do Pará, veio a Roraima e levou os restos mortais de Hadacia de volta ao Estado, onde foram enterrados. “Eles ainda aguardam esse desfecho do caso, a família entra em contato direto com a gente”, disse a delegada.
O CASO – A ex-secretária de Saúde do Cantá, Hadacia Silva Alves, de 29 anos, havia desaparecido no dia 17 de fevereiro deste ano. À época, uma amiga informou que Hadacia teria dito que iria para um sítio tratar de uma venda de um terreno, mas que não foi mais vista.
Quatro dias depois, a Polícia Militar localizou o carro que pertence a Hadacia, um modelo fiat uno, de cor prata, placa NAV 2849, que foi encontrado abandonado no bairro Nova Canaã, zona Oeste da Capital.
Após duas semanas do sumiço, a polícia começou a trabalhar com várias linhas de investigação, entre elas, a de que Hadacia teria desaparecido por ameaça por conta da investigação na operação da Polícia Federal “Libertatum”, na qual seu nome está envolvido. A operação investiga crimes de corrupção no Município do Cantá. Também havia a suspeita de que ela própria poderia ter forjado seu desaparecimento.
Dois meses depois do desaparecimento, porém, a ossada da ex-secretária foi encontrada no meio de um matagal próximo a uma fazenda localizada na BR-401, no Município do Cantá, Centro-Leste do Estado. (L.G.C)