Cotidiano

Policiais Civis ameaçam greve se projeto for sancionado

Sem garantias quanto a possibilidade do veto durante reunião com o Governador Antonio Denarium, o Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol) decidiu por unanimidade em assembleia geral pela deflagração de greve caso o projeto de lei 009/2019 seja sancionado.

Desde que o PL foi votado na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), no último dia 12, até este momento, restam apenas mais uma semana para que Denarium dê a palavra final. Conforme a lei, após o projeto ser votado pelo legislativo, o executivo possui 15 dias para sancionar ou não.

Conforme Leandro Almeida, presidente do Sindpol, durante a reunião realizada com o governador, parlamentares e comissão da categoria, Denarium sugeriu que fosse criada comissão para elaborar uma proposta de reajuste salarial, que atenda de maneira global todas as categorias da Polícia Civil, porém não houve acordo.

“A nossa luta hoje é pelo veto. Esse problema já aconteceu no passado por duas vezes, onde aprovaram um aumento de determinado benefício para os delegados e diziam que depois fariam para as outras nove carreiras. A primeira vez demorou três anos para corrigir e a segunda vez demorou seis anos. Então não queremos permitir que isso se repita”, disse.

Almeida questiona o pedido feito por Denarium para que o sindicato elabore o projeto. Segundo ele, esta é uma obrigação da gestão, como foi feito com a proposta de reajuste para delegados.

“O que a categoria decidiu na assembleia geral é que queremos um projeto para os 10 cargos. Aquilo que o governador quer conceder para os nove cargos e para delegados, que seja feito em uma lei. A Polícia Civil é uma única instituição. Não existe carreira de delegado e outras nove carreiras. Existe uma lei orgânica da PCRR. Se tem um projeto de lei, tem que ser pra abranger os dez cargos”, exigiu.

Vazamento de dossiês contra delegados precisa ser investigado, diz sindicato

Durante esta semana, foram compartilhados dossiês com dados e fotos de pelo menos quatro delegados e de seus familiares. Segundo o presidente do Sindpol, Leandro Almeida, algumas pessoas estariam imputando esse vazamento a agentes de polícia e ao sindicato.

“Em entrevista ao doutor Getúlio, no Agenda da Semana, falei que daqui alguns dias, semanas ou meses, a sociedade roraimense e o governador saberiam quem realmente investiga. Ou seja, deixei lá a possibilidade que futuramente iriam aparecer algumas investigações por parte da polícia civil. Mas não me referi, em hipótese alguma, a esse tipo de trabalho. Isso nem é trabalho, é uma baixaria. Um trabalho anônimo, que ninguém sabe quem fez, porque não tem ninguém que assine”, apontou Almeida.

Segundo ele, já foi feito pedido ao delegado-geral para que se apure tais fatos.

“Isso pode ser um ‘Cavalo de Tróia’. Pode ter sido feito inclusive para tentar incriminar a nós, do sindicato. Ninguém sabe quem fez. Então, até que se apure e que se identifique quem fez, todo mundo é suspeito. Pode ter sido feito inclusive por um próprio delegado da polícia civil. Quem é que pode afirmar que não? Queremos que se investigue, se apure e o autor desses dossiês seja identificado. Assim, ele será responsabilizado e servirá como uma medida pedagógica para que isso não venha a se repetir”, declarou.