Policiais civis mantêm paralisação até pagamento de salário

Os Distritos Policiais estavam praticamente vazios ontem, 19. Isso ocorreu devido a uma assembleia de convocação de servidores da Polícia Civil, que reuniu quase dezenas de servidores ligados ao Sindicato de Policiais Civis do Estado de Roraima (Sindpol), em sua instalação, na rua José Airton de Almeida, bairro Jóquei Clube.

De acordo com o presidente do Sindpol, Leandro Almeida, a ideia é que o sindicato seja uma espécie de quartel para os servidores que estão de braços cruzados, onde as futuras reuniões e decisões quanto ao andamento da paralisação serão determinadas.

“A pauta aqui é somente uma: a falta do nosso salário. Funcionários já não possuem mais condições de arcar com transporte e outros insumos para trabalhar. Nós precisamos que o Governo do Estado nos dê uma previsão, uma estimativa, algo que seja concreto. Até lá, estaremos todos aqui”, relatou.

Leandro Almeida destacou que a ida de servidores até a assembleia foi determinante para a oficialização da paralisação total de policiais civis e que a adesão foi completa até mesmo no interior. “Segunda-feira nós nos reuniremos novamente. Podemos dizer que a adesão de servidores foi de 100%, incluindo aqueles que até então não eram filiados ao sindicato. E acabaram se cadastrando no meio da assembleia mesmo. No interior está ocorrendo da mesma forma. Por falta de condições de os servidores virem para cá, cada região do estado está lidando da sua forma com o andamento dessa paralisação”, explicou.

Por fim, Leandro Almeida destacou que os servidores vêm lidando com diversos problemas em suas condições de trabalho, e que, apesar disso, essas situações eram revertidas quando havia a presença de um salário para ajudar.

“Enfrentamos muitos problemas. Podemos destacar situações insalubres de trabalho, nossa necessidade de arcar com vários dos produtos que são usados diariamente em Distritos Policiais, mas estas são coisas que podemos lidar, e sempre lidamos. Agora, com a falta de salário, não há como arcar sequer com a ida ao trabalho. Isso é um desrespeito sem tamanho, e esperamos aqui no sindicato um diálogo por parte do Governo do Estado para que isso seja resolvido”, frisou. (P.B)

Governo diz que pagamento de policiais civis é prioridade

O Governo do Estado, por meio da nota, informou que a prioridade máxima é o pagamento dos policiais civis. E que, para garantir que sejam pagos, o Governo do Estado, por meio da Procuradoria-Geral, ingressou com ação civil pública, que teve decisão favorável pela prioridade no pagamento da folha salarial dos servidores públicos, em relação a todas as outras despesas.

“Os servidores da Polícia Civil estão com salários atrasados e o Governo do Estado buscou diálogo com o Sindicato antes mesmo da possibilidade dele ocorrer. Na manhã de quinta-feira, 18, se reuniu novamente com representantes sindicais, a fim de apresentar o demonstrativo-financeiro, com arrecadação e despesas mensais”, explicou a nota.

A nota reforçou que todos os servidores da educação e da saúde estão com as folhas pagas, deixando demais secretarias da administração direta com pagamento atrasado em dez dias. “O Governo do Estado está buscando alternativas e está em diálogo com os poderes e representantes sindicais, a fim de regularizar o pagamento de servidores estaduais”, concluiu. (P.B)