BOA VISTA

Ponte de embarque de passageiros é retirada do aeroporto e DPE apura falta de acessibilidade

A empresa que administra o aeroporto afirmou que a ponte de embarque foi desativada porque a estrutura não estava de acordo com as normativas da aviação civil

Ponte de embarque e desembarque do Aeroporto de Boa Vista (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Ponte de embarque e desembarque do Aeroporto de Boa Vista (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Há cerca de um ano, o Aeroporto Internacional de Boa Vista Atlas Brasil Cantanhede tem passado por obras de modernização e ampliação. Entre as modificações feitas nesse processo, está a retirada da ponte telescópica, como é chamada a ponte de embarque e desembarque de passageiros do avião. Porém, a ação tem gerado preocupações a respeito da acessibilidade para pessoas com deficiência (PCDs) ou com mobilidade reduzida.

Diante disso, a Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), por meio do Grupo de Atuação Especial (GAED), informou que abriu Procedimento Administrativo de Tutela Coletiva para apurar a falta de acessibilidade no Aeroporto Internacional de Boa Vista. O Gaed deu o prazo de 10 dias úteis para o envio das respostas.

“Um ofício de requisição de informações foi enviado para a empresa Vinci Airports, gestora do Aeroporto de Boa Vista, para que esclareça se a estrutura do local atende às regras de acessibilidade de locomoção, e, no caso negativo, explique o porquê. Além de informar quais medidas têm adotado para garantir a locomoção de pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida”, disse o órgão.

Conforme destaca a presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Roraima (COEDE-RR), Cleo Melo, a acessibilidade é garantida por lei. Entretanto, afirma que a empresa resposável pelo aeroporto teria retirado as pontes de embarque e desembarque sem a preocupação de manter a mobilidade mais acessível para pessoas com deficiência.

“É importante frisar que tínhamos um meio que não só atendia as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, mas a todas as pessoas, independente da sua impossibilidade”, pontuou.

Empresa afirma que vai manter a acessibilidade

A Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, membro da rede VINCI Airports, respondeu que, ao longo da reforma, medidas foram adotadas para manter a acessibilidade a passageiros, funcionários e colaboradores, em conformidade com as exigências previstas na legislação vigente.

Explicou ainda que a estrutura de sala de embarque e pontes de embarque não estavam em conformidade com as normativas da aviação civil e, por esse motivo, foram desativadas. Segundo a empresa, a sala foi expandida em direção ao pátio de aeronaves e “com isso, os embarques e desembarques agora ocorrem de forma mais eficiente e segura”.

“Além disso, entre as medidas adotadas para garantir o trânsito acessível para passageiros cadeirantes ou com mobilidade reduzida está a aquisição de um equipamento moderno que funciona como um elevador para acesso a aeronaves, chamado de ambulift, com capacidade para transportar até cinco passageiros ao mesmo tempo”, frisou.

A empresa informou que a conclusão do pacote de obras está prevista para outubro deste ano. O espaço reformado, segundo ela, terá quase o dobro do tamanho atual.

“Com destaque para as áreas de embarque e desembarque, restituição de bagagens ampliada, praça de alimentação mais ampla e totalmente remodelada e uma pista de pousos e decolagens renovada”, explicou a diretora presidente da Concessionária, Karen Strougo.