Cotidiano

Pontes de madeira correm risco de desabar

Além das pontes que estão em situação precária, a estrada de acesso à Vilha Velhena pode virar atoleiro no inverno

O empresário Alysson Ferreira, 38, denunciou para a Folha as péssimas condições de cinco pontes que dão acesso à Vila Vilhena, no Município de Bonfim, a cerca de 140 quilômetros de Boa Vista, Leste do Estado. Ele também reclama da má condição da RR-207, que leva àquela localidade. A estrada não-pavimentada começa a apresentar problemas com o início das chuvas.
Ele disse que realizou uma viagem ao povoado para visitar uma parente, que vive próximo à vila. Para chegar ao local, precisou enfrentar três horas de viagem numa estrada com lamaçais e irregularidades. Seu carro travou em uma ponte que está em condições ruins. “Um dos pneus encaixou no lugar onde cedeu a madeira da ponte e o carro ficou preso. Eu achei que ia cair”, disse o empresário.
A rota também é utilizada por ônibus e vans que viajam ao interior.
O empresário relatou que foi motivado a fazer a denúncia por observar que a maior parte da população da Vila Vilhena é humilde e tem medo de represálias. Há tempos os moradores vêm enfrentando esta situação.
A Folha ligou para o telefone público situado na Vila Vilhena e falou com um morador local. O agricultor, que preferiu não se identificar, disse que a madeira da maioria das pontes está escorregadia e que é tema de preocupação frequente entre os moradores. Relatou que muitos moradores não sabem como farão viagens à Capital na época das chuvas.
“Nós mesmos precisamos remendar essas pontes. Em algumas a gente colocou madeira que encontrou por aqui. Mas, como não é apropriada, elas apodrecem rápido”, comentou. O agricultor mencionou ainda que muitos produtores rurais dependem da rodovia para escoar seus produtos, e as viagens são sempre realizadas com muita cautela. “Temos medo de ficar ilhados a qualquer momento”.
SEINF – A Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima afirmou, por meio de nota à Folha, que o Estado possui mais de 50 mil metros de pontes, sendo que cerca de 40 mil estão em estado de conservação totalmente comprometidas.
Conforme a nota, o secretário estadual de Infraestrutura, Flamarion Portela, informou que já determinou uma equipe para elaboração de diagnóstico detalhado da situação dessas pontes, com previsão para ser concluído até o início de fevereiro. O diagnóstico elencará as que apresentam situação emergencial. As áreas de escoamento de produção e de passagem para estudantes irem às aulas serão priorizadas. “Nossa intenção é começar as obras antes do inverno para não deixar a população no prejuízo”, frisou.