Cotidiano

População ainda tem dúvidas sobre sintomas e transmissão da doença

A doença Zika Vírus apresenta 17 casos notificados em Roraima

A doença Zika Vírus transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti apresenta 17 casos notificados em Roraima, com a confirmação de apenas um deles, o de um paciente infectado na Bahia.

Mesmo com divulgação sobre o assunto em unidades de saúde e outros meios, a população roraimense ainda tem dúvidas sobre os sintomas e formas de prevenção desta enfermidade.

Após Vládia Fernandes, esposa do jornalista Siddartha Brasil, apresentar indisposição, dor nos olhos e vermelhidão na pele, a família recorreu a uma unidade de saúde, momento que recebeu o diagnóstico de Zika Vírus.

Brasil decidiu comunicar na página pessoal de uma rede social aos amigos e familiares sobre o assunto e recebeu uma série de comentários.

As perguntas, na sua maioria, desejavam melhoras e comentavam sobre o estado de Vládia, além de conter várias dúvidas sobre o diagnóstico e sintomas.

A repercussão foi tanta com a publicação na rede social que o jornalista recebeu a visita do Departamento Estadual de Vigilância Epidemiológica (DVE) em casa, para saber dos sintomas da esposa.

“Primeiro conversaram comigo via rede social, depois eu dei meus contatos, ligaram pra cá, conversaram com a gente, veio uma pessoa da equipe fazer uma entrevista social com a Vládia, observaram tudo aqui em casa, nada que denotasse criadouro de mosquito e a partir deste momento, já começou a passar o fumacê, inclusive hoje na quinta-feira, um carro já passou duas vezes aqui na rua de casa”, comentou o jornalista.

Para o pai de família, é importante a ação do Estado quanto à prevenção dos sintomas, mas também da sociedade.

“Nesse período de inverno, acho que é preciso um cuidado maior das pessoas, nem só de pneus e latas como todo mundo já sabe, mas coisas pequenas mesmo, uma tampa de refrigerante, uma folha que possa acumular água. O cidadão precisa fazer o seu hábito de cidadania mesmo, ter cuidado pra que seus vizinhos, seus amigos, não convivam com uma doença dessas”, relatou.

Siddartha acredita ainda que Vládia tenha sido infectada nas redondezas do bairro onde mora com a esposa e os filhos Helena e Heitor, no Caçari, zona Leste do Estado, levando em consideração que a família passa maior parte do tempo em casa em repouso, tendo em vista que o filho recém-nascido tem apenas quinze dias.

CASOS CONFIRMADOS

Procurado pela Folha, o Governo do Estado informou que até o momento, o único caso confirmado de Zika Virus veio de um paciente do qual a transmissão ocorreu na Bahia, ou seja, o caso é considerado um caso importado, não havendo, até o momento, nenhum caso de transmissão local no Estado.

O exame para confirmação do diagnóstico é realizado pelo Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará, laboratório referência para os estados do Norte e Nordeste do país.

A Prefeitura de Boa Vista também ressaltou que Boa Vista não possui casos de pessoas infectadas no próprio município eque em relação ao caso informado no bairro Caçari, o Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) ainda não confirmou a ocorrência da doença.

SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE A ZIKA VÍRUS

Os principais sinais e sintomas da doença são febre, manchas vermelhas na pele, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira, dor nas articulações, dor muscular e dor de cabeça.

Na maioria dos casos os sintomas desaparecem espontaneamente após um período de 3 a 7 dias.

Apenas 18% das pessoas com o vírus Zika apresentarão sintomas da doença, com um período de incubação de aproximadamente quatro dias. A maior parte dos casos não apresenta sinais e sintomas e não há registro de morte associada.

As medidas de prevenção são as mesmas da dengue e chikungunya, ou seja, evitar os criadouros de mosquitos, reduzindo assim, a circulação do vírus e evitar o acúmulo de água em recipientes, local apropriado para proliferação de larvas.

No caso de suspeita, a orientação é procurar sempre o serviço de saúde para condução adequada, pois os profissionais de saúde estão preparados para adotarem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente.