Cotidiano

População denuncia que Vigilância Sanitária não atende após as 18h

Prefeitura de Boa Vista afirma que denúncias podem ser feitas pela Central de Atendimento 156

A Vigilância Sanitária, uma instituição destinada à defesa da saúde, tem como principal finalidade impedir que a população seja exposta a riscos causados por produtos vencidos ou por falta de higiene. Quando deparado com uma dessas situações, o cidadão deve denunciá-la para que as providências cabíveis sejam tomadas.  Porém, muitos consumidores relatam que não são atendidos após as 18 horas. A falta de um horário flexível acaba facilitando a prática de irregularidades e prejudicando a fiscalização em estabelecimentos que funcionam em horário noturno, como bares, restaurantes e lanchonetes.
Uma consumidora, que pediu para não ser identificada, enviou à Folha um produto comprado antes da data de vencimento, que apresenta sinais de deterioração. Ela disse que tentou fazer a denúncia à Vigilância Sanitária, mas o telefonema não foi atendido.
O servidor público Edilberto Martins tentou registrar uma denúncia através do telefone da Vigilância Sanitária na noite da última quinta-feira, dia 9, mas não foi atendido. Ele relatou que foi a um supermercado, na zona Oeste, fazer as compras do mês quando percebeu que um extrato de tomate estava com a data de validade vencida.
“O produto não estava apto ao consumo há dois dias. Relatei o problema ao gerente do supermercado. Ele me informou que estava surpreso como o ocorrido, pois a validade dos produtos é verificada com frequência pelos funcionários do estabelecimento. Na mesma hora tentei ligar para a Vigilância Sanitária, mas ninguém atendeu ao telefone”, explicou.
A advogada Marta Araújo afirmou ter recebido talheres sujos em uma pizzaria na zona Oeste. “Quando percebi que o garçom havia me entregado talheres sujos, levantei-me para pedir uma explicação ao proprietário do local. Ele não acreditou no meu relato. Na mesma hora pesquisei o telefone da Vigilância Sanitária em meu celular. Cheguei a ligar, mas ninguém atendeu”, disse.
Após a filha ter sofrido de uma infecção intestinal, causada por um iogurte vencido, a advogada Fabrícia Miranda verifica a data de validade de todos os produtos que consome. “Por diversas vezes, encontrei produtos vencidos em supermercados. Quando me deparo com uma situação dessas, a primeira coisa que faço é entrar em contato com a Vigilância Sanitária. Já tentei ligar fora do horário comercial e não fui atendida, ligo no dia seguinte, mas não deixo de denunciar”, disse.
OUTRO LADO – A Secretaria Municipal de Comunicação (Semuc) da Prefeitura de Boa Vista informou, através de nota, que o sistema de recebimento de denúncias de interesse sanitário segue a regra geral do município: via Central de Atendimento 156, que repassa para a fiscalização a demanda para atendimento.
Em casos urgentes, a equipe da Central 156 liga direto para a fiscalização, repassando os dados para a solução imediata do problema. O cidadão pode também, em casos urgentes, ligar diretamente para a Vigilância Sanitária municipal, pelo telefone 3623-1314 durante o horário comercial. Após as 18h, a Vigilância Sanitária não recebe nenhuma ligação diretamente, mas isso não impede o recebimento de demandas via 156, que funciona 24 horas.
O horário para avaliar e atender as denúncias é das 8h às 22h. Lembrando que os serviços de alimentação no município atuam, em geral, até as 22h.
A Semuc informou que no caso de reclamações sobre produtos impróprios para consumo, as equipes da área de fiscalização sanitária de alimentos, que atuam nos três turnos, dirigem-se ao local para a verificação de procedência da denúncia e adotam as medidas sanitárias cabíveis. A fiscalização prioriza a demanda conforme o horário de funcionamento do empreendimento. Exemplo: restaurantes, normalmente durante o dia; e pizzarias, normalmente pela noite. Assim, fica garantido que qualquer denúncia será atendida, mesmo após as 18h.
“As equipes fiscalizam as boas práticas de controle das condições sanitárias das atividades relacionadas à produção, manipulação, beneficiamento, condicionamento, transporte, armazenamento, distribuição, embalagem, reembalagem, fracionamento e comercialização de alimentos no município de Boa Vista. O órgão trabalha com efetivo de 20 fiscais sanitários, especializados nas áreas de saúde e alimentação. A competência municipal recai sobre todo estabelecimento privado que explore atividade econômica de interesse sanitário”, encerra a nota. (I.S)