Em 1988, quando deixou de ser Território Federal e passou para a condição de Estado, Roraima tinha uma população estimada de 217.514 habitantes. O avanço populacional, impulsionado pela vinda de milhares de migrantes que vieram para o Estado em busca de oportunidades, fez com que a população mais que dobrasse ao longo dos 28 anos de existência, chegando a 514.229 habitantes em 2016.
A estimativa foi divulgada a pedido da Folha pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que apontou projeções de que o Estado deverá chegar aos 584.261 habitantes em dez anos, em 2025. Em 2030, cinco anos depois, serão 618.057 pessoas habitando o Estado.
A tabela da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) relativa ao ano de 2013, quando a população era de 491 mil habitantes, mostra números que representam as pessoas que moram aqui no Estado, mas que nasceram em outros estados e até de outros países. No total, a pesquisa revela que 222 mil pessoas escolheram Roraima para viver.
Em relação à população indígena, o IBGE apontou a existência de 55.992 índios em Roraima, distribuídos em 477 comunidades indígenas, 10 etnias, 22 terras indígenas demarcadas em 10 milhões de hectares, que correspondem a 46% do território do Estado. Conforme o Instituto, 83,2% da população indígena de Roraima vive em terras demarcadas, o maior percentual entre todos os estados brasileiros.
Os valores foram reponderados com base na Projeção da População do Brasil e das Unidades da Federação – Revisão 2013, por sexo e idade. Estimativas da população dos municípios, utilizando a tendência de crescimento dos municípios 2000-2010, além do Atlas Brasil 2016.
Especialistas fazem projeções para os próximos anos em RR
Para a socióloga Geysa Pimentel, a criação de um plano de desenvolvimento é essencial para que Roraima passe a ter planejamento para os próximos anos. “Esse plano é importante para que possamos ver qual é a vocação do Estado e, a partir disso, trabalhar, em longo prazo, um planejamento para desenvolver essas várias vocações que o Estado tem”, disse.
Conforme ela, Roraima não pode mais ser classificado como um Estado dependente somente da agricultura. “Isso de dizer que o Estado é agrícola já não cabe, porque se fosse isso, já tínhamos saído desse baixo crescimento econômico. São várias frentes que precisam ser mais bem investidas, como a educação, focar na questão do crescimento dos pequenos produtores, além de focar na questão da indústria para que deem aos nossos jovens a oportunidade de ajudar nesse desenvolvimento”, destacou.
O economista Haroldo Amoras citou o que é necessário para que o Estado retome o crescimento econômico. “Do ponto de vista estrutural, ainda permanecemos dependentes da economia do setor público na medida em que o nosso PIB tem uma contribuição de quase 50% das despesas, ou seja, para cada R$ 100,00, quase R$ 50,00 são representados pelas despesas da administração pública”, explicou.
Para ele, é preciso haver um rompimento nessa estrutura para maior participação de investidores em Roraima. “Essa estrutura requer um rompimento para que tenhamos a participação do capital privado e de investimentos. Pela definição de um modelo de desenvolvimento, estamos encontrando dificuldades para encontrar pelas condicionantes que enfrentamos como a regularização fundiária, infraestrutura e energia”, analisou.
Apesar das dificuldades enfrentadas na economia, Amoras avaliou o resultado de modelo econômico do Estado como satisfatório. “O Índice de Desenvolvimento Humano em Roraima é o segundo melhor da região Norte. Isso indica que, apesar de termos necessidade de mudança nesse modelo, que tem apresentado vários sinais de esgotamento, os resultados são satisfatórios”, frisou. (L.G.C)