Cotidiano

População pede empenho da classe política para Estado se desenvolver

A solidariedade com o povo venezuelano é um dos pontos apontado como positivo no Estado de Roraima

Sobre os 29 anos de criação do Estado de Roraima, a Folha saiu às ruas para saber a opinião dos roraimenses. A maioria dos entrevistados avaliou que, mesmo com tantas evoluções, ainda há muito que se avançar, principalmente em relação à transparência na política. 

“É muito difícil quando a gente olha para trás e vê a história política passando sempre na mão das mesmas pessoas sem evoluir. Então, a gente vê que ainda tem muita coisa pendente”, disse a farmacêutica Cleópatra Merlin, 29 anos. Segundo ela, um dos fatores que contribuem para que a falta de transparência na política se sobressaia é a falta de consciência por parte da população do Estado, que não consegue avaliar o peso do voto como instrumento de transformação para a sociedade.

“Infelizmente, o que a gente percebe é que a existência de pendências em muitas áreas que só evoluem perto de ano de campanha. E isso é muito triste. A gente até vê isso em outros estados, sim, mas, falando daqui, eu acho que temos tudo para ser o Estado mais bem estruturado do País, por termos a atenção por parte das autoridades federais e por sermos relativamente pequeno. A sociedade precisa melhorar nas suas escolhas para se desenvolver”, destacou.

Outro que também atribui a desonestidade política como obstáculo para o desenvolvimento de Roraima é o publicitário Caio Lopes, 25 anos. Segundo ele, os constantes escândalos envolvendo políticos locais acabam envergonhando aos roraimenses em todos os aspectos.

“Pela passagem de ano do Estado, pela beleza de nossos rios, cachoeiras, belos lagos e paisagens deslumbrantes, isso sim devemos comemorar, pois Roraima é um Estado lindo e acolhedor. Mas, pela regência dele, pela condução das autoridades, pela veiculação do nome do nosso Estado em rede nacional por escândalos de política, infelizmente não”, avaliou.

Para a paraense Maria Luiza Oliveira, 56 anos, o Estado ainda precisa reforçar áreas econômicas para que a população possa se sentir mais segura para um futuro mais próspero. “Moro no Estado há 20 anos e sei que temos tudo para nos tornarmos uma potência em várias áreas econômicas. Nós temos mão de obra boa, terras férteis, um clima favorável, ou seja, tudo muito favorável. O que falta é vontade política em acompanhar toda essa evolução e fazer as coisas acontecerem”, comentou.

Para a funcionária pública Djéssica Matos, 25 anos, mesmo diante das dificuldades, o roraimense ainda não perdeu duas de suas características mais marcantes. “O roraimense continua a ser um povo bastante generoso, preocupado com o próximo. E isso a gente vê muito em relação ao trato com os vizinhos venezuelanos. Infelizmente não são todos, mas a grande maioria ainda mantém um espírito de ajudar quem precisa, e isso é muito positivo. E também somos um povo esperançoso que, mesmo com tantas dificuldades, ainda consegue manter uma positividade e uma certeza de que, com escolhas conscientes, dá para melhorar o lugar onde vivemos”, destacou. (M.L)