Mesmo próximo ao fim do período chuvoso que se encerra em setembro, a população roraimense ainda passa por transtornos por conta das chuvas intensas. No domingo, 9, vários pontos da Capital ficaram alagados e muitas famílias reclamaram da falta de obras de escoamento das águas.
No bairro Asa Branca, o volume das águas cobria a metade dos veículos. No Pricumã e São Vicente, moradores relataram que a água estava próximo à cintura e chegou a adentrar as casas, danificando móveis e eletrodomésticos. No Sílvio Leite, perto da Feira do Garimpeiro, a população teve dificuldade para fazer suas compras. No Cinturão Verde, muitas pessoas ficaram ilhadas dentro das suas próprias residências e no Buritis e São Bento, valas transbordaram e cobriram as ruas do bairro, impedindo a circulação de veículos.
O auxiliar de produção, Mauro Carneiro, disse que é um absurdo ter seu quintal e casa alagados por descaso da Prefeitura. Ele contou que o prejuízo não foi maior porque conseguiu erguer os móveis e eletrodomésticos a tempo.
Fotógrafo Max Schmoller, morador da Rua das Três Marias, no bairro Pricumã, relatou que há anos o problema persiste, mesmo após inúmeros abaixo-assinados entregues à Prefeitura de Boa Vista (PMBV) cobrando melhorias.
“Nós solicitamos ajuda da Patrulha da Chuva, da Secretaria Municipal de Obras, até pessoalmente com a própria prefeita. Entregamos vídeos, fotos, abaixo-assinado. Não é falta de informação. E todo o ano é a mesma coisa. Já veio verba para investir nos pontos de alagamento, mas continua desse jeito”, criticou.
O bancário Larisson Williams, morador da Travessa Gênesis, no bairro Cinturão Verde, informou que seu terreno só não alagou por ter construído em um nível mais alto do que o padrão. “Se eu não estivesse de carro, estava ilhado. É sempre assim quando chove. A gente reclama e a Prefeitura veio só para aterrar, mas fez foi piorar o problema. Gerou mais lama na rua”, reclamou.
MATERNIDADE – Além das residências, prédios públicos do Estado também foram afetados por conta da intensa chuva no final de semana. Em registros de vídeo feitos por funcionários do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré é possível ver a chuva atravessando o teto e molhando salas do setor administrativo. Os servidores improvisaram com baldes e lençóis no chão, para impedir o avanço da chuva.
Sobre o caso, a Direção do Hospital informou que houve um problema de goteiras que afetou principalmente o Setor das Orquídeas, devido à forte chuva. “O piso foi imediatamente secado e o conserto já está sendo providenciado”, disse o Governo do Estado.
A gestão estadual acrescentou ainda que a unidade possui uma equipe emergencial, justamente para atuar em casos como este e reforçou que não houve prejuízo no atendimento médico-hospitalar. “Além disso, o Governo esclarece que terá prosseguimento um trabalho de reforma do telhado da unidade”.
PREFEITURA – A equipe da Folha também entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber quais as providências que estavam sendo tomadas e o motivo para as inúmeras reclamações dos moradores.
Principalmente, considerando que a gestão municipal anunciou na última segunda-feira, 3, que as obras de drenagem estavam promovendo um ‘rápido escoamento das águas’ em pontos de alagamento no período chuvoso, ‘comprovando a eficiência do sistema’. Apesar do questionamento, a Prefeitura não respondeu até o fechamento da matéria, no fim da tarde de ontem.