Cotidiano

Por que obras em trecho da BR-174 no sentido Venezuela estão suspensas

DNIT também trabalha para finalizar obras no trecho Sul em Roraima e a do lado amazonense, outro em fase crítica

Restam 15 quilômetros para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) finalizar a restauração da segunda etapa do trecho da rodovia federal BR-174 sentido Venezuela. Esse segmento fica dentro do lote de 86,9 quilômetros de obras, situado entre a vicinal Pedra Pintada e o Município de Pacaraima. As obras, no entanto, estão paradas desde março de 2022.

Oficialmente, o DNIT explicou à Folha, sem detalhes, que a paralisação foi causado pela necessidade de realizar um acompanhamento arqueológico no trecho, por solicitação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O instituto também foi procurado pela reportagem e o texto será atualizado caso haja um posicionamento.

A Folha apurou com uma fonte do DNIT que, durante as obras, se desconhecia a existência de um sítio arqueológico na região das serras, em Pacaraima. Com isso, pinturas rupestres históricas foram destruídas próximas à bica situada às margens da BR-174.


Obras realizadas próximas à bica destruíram pintas rupestres (Foto: Divulgação)

Para resolver o problema, o departamento iniciou um processo para contratar uma empresa de arqueologia, com a intenção de evitar que situações como essas se repitam. Enquanto isso, a instituição tenta negociar com o Iphan para retomar alguns trabalhos na localidade para garantir uma trafegabilidade segura.

O DNIT informou, oficialmente, que já realizou quase 100% dos serviços de contenções de encostas no trecho de serra, restando apenas serviços de terraplenagem e pavimentação da pista.

Outros trechos da BR-174

O departamento esclareceu que, para a restauração do primeiro trecho em direção a Venezuela, de 117,4 quilômetros, o qual inicia na ponte sobre o rio Cauamé e termina na vicinal Pedra Pintada, há um convênio com o Governo de Roraima. Sobre a manutenção do trecho, o DNIT disse estar em fase de contratação de empresa para realizar as melhorias.

Anteriormente, o governo estadual já havia informado à Folha que “adequações estão sendo feitas agora com novos lotes de obras, focando não apenas no transporte de passageiros, mas também de cargas”

Para o segmento Sul da rodovia, em Roraima, o DNIT diz ter contratos de manutenção ativos do quilômetro 0 ao 102, do 182,40 ao 281,70 e do 182,40 ao 281,70. Nesses trechos, a autarquia diz executar serviços de remendos profundos, tapa-buracos e reciclagem. O departamento esclareceu que está em fase licitatória a contratação de empresa de conservação e manutenção dos trechos entre os quilômetros 102,80 e 182,40, e 281,70 e 367,1.

Na rodovia para o Amazonas, a autarquia salientou a existência de contratos de manutenção ativos, e ressaltou que, para os trechos mais críticos, dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, existe um contrato emergencial. Por fim, da divisa com Roraima à capital Manaus, o DNIT diz elaborar projeto de engenharia para restaurar todo o segmento.

*Por Lucas Luckezie