Dezenas de candidatas do último concurso da Polícia Militar estão acampadas há dois dias em frente ao Palácio Senador Hélio Campos para cobrar do Governo de Roraima a atualização da lista de classificação do concurso, contemplando o grupo de mulheres.
Conforme o edital do concurso, realizado em 2018, das 400 vagas previstas, 15% deveriam ser destinadas a mulheres (60 candidatas aprovadas). No entanto, depois, a Justiça de Roraima considerou inconstitucional o artigo do Estatuto dos Militares que limitava em 15% o número de vagas reservadas ao público feminino em concursos da corporação.
Com isso, o grupo de candidatas, incluindo mulheres que obtiveram nota maior que a dos homens no certame, se organizou para exigir a reclassificação e ainda se posiciona contrário a chamar apenas 48 candidatas após a nova divisão igualitária das vagas masculinas e femininas do concurso.
“A gente não quer embargar o concurso, queremos que seja garantido o nosso direito nas próximas etapas pra que, então, a gente possa entrar também. A gente reconhece o direito dos meninos do cadastro de reserva, mas que também sejam reconhecidos os nossos direitos que foram tirados e não querem manter”, declarou Ana Paula Sena, participante do último concurso da PM.
Também candidata do certame, Edrienne Manuelle, cobra uma conversa formal do grupo com o governador Antonio Denarium (Progressistas) para discutir o assunto. “A gente não pretende sair daqui tão cedo, pois estamos há um ano nessa luta, tentando falar com o Governo. A gente nunca conseguiu ter realmente uma reunião com o governador dentro do Palácio”, criticou. “São mais de 370 candidatos aptos pro próximo concurso de formação, sendo duas mulheres. Isso mostra o grau de desigualdade”.
O que diz o Governo
Em nota, o Governo informou que “está trabalhando na realização das etapas do concurso de soldado das candidatas da chamada ‘reclassificação’. Estão sendo feitos os ajustes administrativos para dar continuidade ao processo”.