O avanço nas confirmações de casos novos da febre Chikungunya tem deixado os estados brasileiros, incluindo Roraima, em situação de vigilância redobrada.
E para reforçar as ações de controle e combate da doença, o Ministério da Saúde estabeleceu novos critérios para a efetivação da doação de sangue nas unidades federativas.
Entre as mudanças estão os candidatos à doação de sangue que estiveram no Caribe ou em área com transmissão sustentada do Chikungunya, deverão ser considerados inaptos a doação de sangue pelo período de 30 dias, após terem saído destes países.
E os candidatos à doação de sangue que foram infectados pelo vírus deverão ser considerados inaptos por um período de seis meses, após a recuperação clínica completa (assintomáticos).
As mudanças são baseadas na Portaria Nº 059/2014, que envolve a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) e a Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, do Ministério da Saúde.
A portaria trata com dos novos critérios sobre a triagem clínica para o Chikungunya em candidatos à doação de sangue no Brasil.
Conforme a diretora de captação do Hemoraima, Terezinha de Jesus Khan, as alterações tem um caráter preventivo.
“Para identificar as situações de risco em doadores de sangue, para esse vírus, é necessário investigar as viagens recentes do doador, assim como acompanhar a situação epidemiológica do vírus em questão, e ficar atentos para as recomendações fundamentais para o alcance das propostas dos órgãos de saúde”, esclareceu.
Considerando a existência de casos de pessoas infectadas pelo vírus e a possibilidade de transmissão deste por via transfusional e as publicações internacionais a respeito do tema, devemos seguir os critérios estabelecidos pelo MS, estabelecidos na portaria.
“Não é nossa intenção impedir ninguém de doar, no entanto, será necessário uma complementação do questionário padrão, antes da doação, de forma que fará parte dos questionamentos, perguntas referentes a viagens, tempo de estadia fora do país, condições de retorno, e possível apresentação de sintomas relacionados à febre, pois sabemos da importância de identificar e acompanhar casos assintomáticos. Tudo para tornar o processo o mais seguro possível”, complementou Terezinha.
REGISTROS
Até o momento foram identificados seis casos da doença em Roraima, quatro importados da Venezuela e dois da Guiana Inglesa, em moradores dos bairros Cidade Satélite e Centenário, respectivamente.
O Núcleo de Combate à Dengue e Febre Amarela (NCDFA) não descarta a possibilidade de confirmação de novos registros, já que existem pelo menos cinco casos suspeitos que aguardam resultado da sorologia.
CHIKUNGUNYA
O vírus Chikungunya é um arbovírus, membro do gênero Alphavirus, da família Togavindae. É transmissível pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes Albopictus.
O vírus é de origem africana e já foi identificado na áfrica, ásia, Índia, com um número grande de relatos na Europa e no sudetse asiático. Em dezembro de 2013, foi introduzido nas Américas e, desde então, apresentou níveis epidêmicos na América Central, especialmente no Caribe e na América do Sul, Guiana e Guiana Francesa.
No Brasil, já apareceram casos importados da doença em São Paulo e Rio de Janeiro, em 2010.
As pessoas infectadas podem apresentar os sintomas após 10 dias de incubação. A infecção também pode ser assintomática em até um terço dos casos, nos quais o potencial de transmissão permanece.
A doença pode cursar três fases: aguda, subaguda e crônica. As manifestações da fase aguda são febre e poliartralgia, podendo ainda apresentar cefaléia, náusea, vômito e exautema.
O vírus pode afetar pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias. O risco de quadros clínicos mais graves e formas atípicas é maior em pacientes no período neonatal e em idade avançada.
Além da transmissão vetorial, existe uma forma potencial de transmissão pela via transfusional.
Fonte: Ascom-Sesau
Cotidiano
Portaria traz novos critérios para doação de sangue
As mudanças fazem parte das ações de controle e combate da febre Chikungunya