A praga FOC R4T (Fusarium oxysporum f.sp. cubense raça 4 tropical), detectada em plantações de banana na Colômbia, deixou especialistas agropecuários das instituições estaduais e federais de Roraima e do Amazonas em alerta.
O superintendente da Secretaria Federal de Agricultura no Estado (SFA/RR), Plácido Alves, disse que técnicos do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão atuando para barrar a entrada da praga no Brasil, que pode afetar a produção de bananas em áreas de fronteira na Amazônia.
A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, realizou ações de fiscalização em todo o estado de Roraima, inclusive na região de fronteira do Brasil com a Venezuela.
Estão sendo inspecionadas propriedades em Rorainópolis, Caroebe, São João da Baliza, Caracaraí, Iracema e Pacaraima, onde foram identificadas produção de bananas, bem como as principais variedades usadas e quais as pragas que as atacam. Até a última sexta-feira, 4, não havia sido detectada a praga em Roraima nem identificada nenhuma planta com FOC R4T. O relatório final deve ser entregue na próxima semana.
Segundo informou a auditora fiscal federal agropecuária Juliana Ribeiro, em agosto, foram realizadas ações na região da tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru.
“Estamos realizando levantamentos em todo o País, mas o principal foco são as áreas de fronteira amazônica”, explica Juliana. “A raça 4 tropical, desse fungo, é uma variação mais agressiva do já conhecido ‘Mal do Panamá’ ou ‘Fusariose da bananeira’, e não há ainda variedades resistentes ou manejo químico viável para seu controle”, disse.
A entrada desta praga no País representaria grandes perdas para os produtores de banana, com alto impacto socioeconômico para o Brasil.
Ela afirmou que o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) atua 24 horas por dia na barreira fitossanitária existente na fronteira e inspeciona todos os veículos e bagagens, reduzindo o potencial risco da região, apreendendo os vegetais não certificados que são vias para o ingresso das pragas exóticas ao País.
“A região fronteiriça de Pacaraima com a Venezuela representa alto risco fitossanitário devido ao recente aumento da imigração, considerando o grande número de pessoas que passam pela fronteira todos os dias e muitos deles trazendo vegetais para sua alimentação”, disse.
A ação faz parte do Programa de Prevenção e Vigilância de Pragas Quarentenárias Ausentes, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, que estabelece as diretrizes das ações de prevenção por meio de educação fitossanitária, capacitação, ações fitossanitárias de prevenção e contingência.
Participaram desta atividade auditores fiscais federais agropecuários e engenheiros agrônomos da Coordenação-Geral de Proteção de Plantas, da Superintendência Federal de Agricultura do Estado de Roraima (SFA/RR) e do Amazonas (SFA/AM), da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (ADERR), da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF), da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF). A ação contou ainda com a participação do pesquisador da Embrapa Roraima, Daniel Schurtz.