Cotidiano

Prazo para vacinar rebanho contra a febre aftosa é prorrogado no Estado

Produtores alegam dificuldades para vacinar rebanho por causa da forte estiagem que está castigando os animais

O Governo do Estado prorrogou o prazo para o fim da primeira fase da campanha de vacinação contra a febre aftosa. A confirmação foi dada durante entrevista coletiva realizada na manhã de ontem. Segundo o diretor-presidente interino da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Braz Behnck, por conta da forte estiagem desse ano, produtores estariam tendo dificuldades em vacinar o rebanho.  
“Alguns produtores nos procuraram alegando dificuldade para manejar esses rebanhos e fazer a vacina. O gado se encontra fragilizado pela falta d’água, existindo, então, um risco muito grande em fazer essa movimentação. Para que isso ocorresse, nós oficiamos ao Ministério da Agricultura a solicitação de prorrogação da campanha de vacinação e ontem recebemos uma resposta positiva. O ministério aceitou o nosso pedido e agora os produtores terão mais um prazo para realizar o procedimento”, explicou.
Com a prorrogação da campanha, os produtores terão até o dia 20 para vacinar o rebanho bovino e bubalino. Após a vacinação, a notificação de imunização deverá ser entregue à Unidade de Defesa Agropecuária (UDA) da Aderr mais próxima até o dia 29. A agência está presente em 29 escritórios em todos os municípios do Estado, com exceção apenas do Uiramutã, a Nordeste do Estado.
“Essa notificação é importante porque a agência precisa conhecer exatamente a situação do rebanho no Estado. O produtor tem um documento chamado Guia de Transporte Animal, a GRP, que só pode ser emitida após análise da ficha de propriedade. Nessa ficha existe um balanço de evolução do rebanho que chamamos de ‘estoque’, que, por sua vez, é atualizado a cada notificação. Para melhor compreensão desse processo, são realizadas, anualmente, duas campanhas: uma em abril e outra, em outubro. A cada final de campanha, nós realizamos uma checagem de dados para termos uma estratificação exata do rebanho, porque todo ano nascem bezerros. Esses animais crescem e vão evoluindo de faixa-etária, então, a agência precisa acompanhar sempre essa evolução”, destacou o diretor de defesa e inspeção animal, Vicente Barreto.
Até o momento, foram vacinadas 50 mil cabeças nessa primeira etapa. Na última vacinação realizada no Estado, foram vacinadas, aproximadamente, 750 mil cabeças. A meta é ultrapassar esse número até atingir 100% de todo o rebanho local. “Caso o produtor não o notifique à agência, ele entra em situação de inadimplência. Pode existir o caso de ter esquecido de vacinar o rebanho ou de tê-lo vacinado e esquecido de nos comunicar o fato, mas as duas situações são passíveis de penalidade. A multa para quem faz isso, é de R$ 1.140,00 por propriedade e R$ 71,50 por animal não vacinado ou não notificado”, ressaltou.
A segunda etapa de vacinação será realizada no mês de outubro e todo o rebanho vacinado na primeira etapa deverá receber a segunda dose. Para Vicente Barreto, é importante que os criadores se integrem às ações propostas pela campanha para elevar o status sanitário de Médio Risco para Livre de Aftosa. “Hoje, o Estado comercializa sua carne apenas para o Amazonas. Essa classificação é o termômetro que atesta a qualidade do nosso produto. Se conseguirmos mudar esse status, teremos a possibilidade de ampliar o mercado para o produto local e vender carne para outros estados e até mesmo para outros países”.
ESTIAGEM – Durante a coletiva, o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Cabral, deu detalhes de como está sendo a ajuda aos municípios mais atingidos pela estiagem desse ano. Segundo ele, as recentes chuvas que caíram no Estado não foram suficientes para amenizar a falta de água potável nas localidades.
“Por conta desses problemas, a Seapa já cavou mais de 1.200 cacimbas em oito municípios que tiveram a situação de emergência decretada. Esses trabalhos vão permanecer até o final do mês de maio, quando as chuvas começarem a intensificar-se. A prorrogação dessa campanha foi justa, pois a situação ainda inspira cuidados. Hoje, a nossa presença nos municípios é grande. Estamos realizando essas obras, disponibilizando maquinário para criar essas cacimbas e vamos continuar até que a situação melhore”, afirmou. (M.L)