Prazo termina no sábado, mas apenas 40% da vacinação foi notificada

A segunda etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa em Roraima terminou no final de outubro e segundo o diretor de Defesa e Inspeção Animal da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), Kleber Farias, foram vendidas mais de 680 mil doses de vacina no comércio local e mais 60 mil doses foram doadas para o rebanho indígena, o que, para ele, alcança a meta de 100% de vacinação no Estado.
Agora o trabalho se volta para as 18 Unidades de Defesa Animal da Aderr, espalhadas pelos 15 municípios do Estado, que aguardam a notificação de vacina feita pelos criadores de gado.
“O pecuarista compra a vacina correspondente ao número do rebanho que cria e após vaciná-lo, ele tem que registrar essa vacinação junto aos escritórios da Aderr. Até a última quinta-feira, dia 06, quando fizemos o último levantamento, mais de 40% do rebanho vacinado já havia sido notificado, o que representa aproximadamente 210 mil cabeças de gado”, informou. 
A tendência, segundo ele, é aumentar a notificação a partir desta segunda-feira, dia 10, faltando apenas cinco dias para encerrar o prazo. “É sempre assim, o produtor deixa para o último dia. Mesmo tentando conscientizar e informar o produtor que procure fazer a notificação o mais cedo possível, historicamente ele deixa para última hora. Mas, no final, fechamos a meta de vacinação e notificação com quase 100%”, comentou.
O diretor de Defesa e Inspeção Animal entende que, por algumas razões, o produtor deixa de notificar a vacinação no prazo previsto, mas alerta que é necessário que o ato vacinal seja notificado para que conste nas estatísticas da Aderr e do Brasil.           “Todos estes dados estatísticos do rebanho de Roraima são enviados para o Ministério da Agricultura e é necessário que se faça esse registro para que se possa afirmar que o Estado tem 760 mil cabeças de gado e que vacinou a todas”, frisou.
Para ele, essa notificação é tão importante quanto à própria vacina para que se possa elevar o Estado para o status de Livre de Febre Aftosa com Vacinação.
“Se ficar em falta, não vamos conquistar o que estamos almejando, que é mudar novamente de status de Médio Risco de Febre Aftosa, para Livre com Vacinação, o que pretendemos chegar já no próximo ano”, observou.
O último caso de Febre Aftosa notificado em Roraima ocorreu no município de Caroebe, em 2001. Há oito anos, o Brasil se mantém sem ocorrência da doença e avançou significativamente com suas zonas livres, que alcançam 77% do território nacional, com 99% dos bovinos.
Este ano, 109 produtores já foram multados em Roraima
Para o criador que não fez a vacinação do rebanho em tempo hábil, Kleber Farias explica que terá que ir a um dos escritórios da Aderr, para solicitar uma autorização de compra para poder adquirir as vacinas. Embora, mesmo assim, esteja sujeito a penalidades de multa de R$ 1.098,00 por propriedade e mais R$ 68,90 para cada cabeça de gado não vacinada ou até vacinada, mas não notificada de vacinação. Além disso, o criador ficará impedido de retirar a GTA (Guia de Transporte Animal) para comercialização. 
Nestes casos, a média de multas aplicadas pelos fiscais da Aderr vem aumentando de 2013 para cá. No ano passado, foram 55 proprietários multados e esse número aumentou para 109 até o início de novembro deste ano.
“Esse aumento não significa que os produtores estejam deixando mais de vacinar ou de notificar, mas quer dizer que a Aderr tem feito um trabalho mais intenso de cruzar dados de proprietários e acompanhar o número do rebanho. E quando detectamos que esses proprietários estão em falta com a vacinação ou com a notificação, os fiscais realizam as buscas ativas e isso tem gerado mais penalidades, como advertências e até multas”, esclareceu.    
Ele explica que os casos de advertências são aplicados depois de constatar o histórico do produtor, diante da infração cometida. “Cada caso é analisado conforme a infração e o histórico do proprietário. Por lei, decidimos pela advertência ou aplicação de multa”, afirmou. 
Kleber informou ainda que mesmo depois de penalizado com multa, por lei, o produtor pode recorrer em primeira instância junto ao presidente do órgão e, caso não tenha deferimento do pedido, pode recorrer em segunda instância para o Conselho Estadual de Sanidade Animal (Cesa) que é composto por membros de órgãos do Governo do Estado e do setor produtivo. “As multas arrecadadas são revertidas em favor da própria Aderr em melhorias nos trabalhos de defesa animal”, garantiu o diretor de Defesa e Inspeção Animal da Agência, Kleber Farias.
BUSCA ATIVA – Terminada a etapa de vacinação e o prazo para notificação, ou seja, depois do próximo dia 15, técnicos da Aderr passarão a fazer a busca ativa daqueles que não vacinaram ou daqueles que vacinaram mas não notificaram. A fiscalização é feita com base no cruzamento das informações do banco de dados da Aderr e com o trabalho de sorologia que é feito por sorteio em 20% das propriedades de criação de gado, para comprovar se os animais foram ou não vacinados.