A campanha Papai Noel dos Correios teve seus prazos estendidos. O período em que as cartas estariam disponíveis foi prorrogado para o dia 7 de dezembro. Já o período para entrega de presentes para as cartas adotadas, que antes era até o dia 7 de dezembro, passou a ser até o dia 12 de dezembro.
Segundo o superintendente dos Correios em Roraima, Anderson Lins, a mudança ocorreu após uma série de pedidos por parte de pessoas que possuem interesse em adotar cartas, mas estão esperando receber seus salários para isso.
“A maior parte das pessoas que veio pedir pela alteração são aquelas que estão esperando o salário de novembro ser pago, no início de dezembro, para vir aqui e escolher com calma quem adotar. Nós vimos isso como a solução mais viável, pois o mais importante de tudo é ter certeza que o maior número possível de crianças sejam adotadas”, contou.
Além disso, o superintendente também reconheceu que a procura por cartas em 2018 está mais fraca em relação aos anos anteriores, devido principalmente à atual crise financeira que o Estado vem passando. Anderson frisou que, apesar disso, a meta deste ano continua, e afirmou estar otimista quanto a isso.
“Já tivemos 70% de nossas cartas adotadas, mas ainda não batemos a meta do ano passado, que foi de 1.200 cartinhas que tiveram presentes recebidos, o que representa quase a totalidade das que recebemos em 2017. Neste ano, a meta permanece em 1.400 cartas adotadas, e com mais tempo para quem for receber respirar, iremos atingi-la”, complementou.
Menino de oito anos pede material escolar
Daniel Eduardo Carvalho Belstior, de oito anos, mora com outras 13 crianças em sua casa, com sua mãe, a dona de casa Maria Clerli. Toda a família convive no mesmo espaço, no bairro Cidade Satélite, há dois anos. Daniel escreveu uma carta pedindo uma bolsa, que inclua material escolar, para a campanha Papai Noel dos Correios, e assim continuar seus estudos no ano que vem.
Maria Clerli explicou que na casa moram seus filhos e netos, com a maior parte sendo crianças. Ela diz que a convivência entre todos é pacífica, e que a falta de recursos fez com que cada um aprendesse a dividir as coisas que possuem.
“Ele destacou a necessidade de uma bolsa, pois ele divide a mesma com os irmãos. Ficamos tirando e colocando os materiais de volta na bolsa, todo dia. Nós vamos todos nos virando de acordo com o que temos. Bola, carrinho, bonecas, tudo é dividido entre os irmãos, e eles não costumam implicar com isso”, afirmou.
Daniel é um menino tímido, ansioso, e que permaneceu calado durante a visita da equipe de reportagem. Entretanto, Maria Clerli frisou a dedicação de Daniel em seu sonho, de ser um policial quando crescer, e em suas aptidões na escola.
“Ele sempre foi muito rápido com números. Matemática é a especialidade dele. Costumam me contar que ele é um dos mais inteligentes da sala na disciplina. O sonho dele é de ser policial no futuro, e eu digo que é necessário muito estudo”, comentou.
A irmã de Daniel, Aline Carvalho Belstior, afirmou que apesar da acolhida dos dois na casa de Maria, eles costumavam morar em uma casa ao lado dela, dentro do mesmo terreno, antes de um episódio drástico acontecer.
“Infelizmente, a casa que morávamos pegou fogo há dois anos. Perdemos muita coisa no incêndio, mas pelo menos essa outra não foi afetada, e estamos aqui desde então. Eu sempre procuro ajudar o Daniel como posso para garantir que ele tenha o necessário para seu desenvolvimento. Acabei deixando os estudos que tenho em faculdade para me dedicar a ele, e arranjar um emprego, que ainda não consegui. Mas o importante é continuar na luta”, relatou. (P.B)