Aumento de 9,5% no arroba do boi gordo faz preço da carne subir para o consumidor final

Sece afetou a pastagem,elevando os custos de produção com combustíveis e insumos.

(Foto: Diane Sampaio/Folha BV)
(Foto: Diane Sampaio/Folha BV)

O preço da arroba do boi gordo em Roraima teve um aumento de 9,5% no último reajuste, ocorrido em 21 de outubro, acompanhando a tendência de alta que se observa em todo o país. Esse movimento é resultado de uma combinação de fatores regionais e nacionais que afetam diretamente o mercado de carne bovina.

No cenário nacional, as exportações de carne atingiram níveis recordes, enquanto o mercado interno permanece aquecido. Esse aumento na demanda tem impulsionado os preços. Além disso, a severa estiagem de 2024, provocada pelo fenômeno El Niño, elevou significativamente os custos de produção e reduziu a oferta de animais com a qualidade necessária para o abate.

“Os mercados consumidores que enfrentam desabastecimento de seus fornecedores tradicionais acabam buscando outros, geralmente de regiões diferentes, pagando preços mais altos, o que contribui para o aumento da arroba do boi”, explica André Prado, da Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne)

Em Roraima, o impacto desses fatores também é sentido. A seca afetou a pastagem, elevando os custos de produção com combustíveis e insumos, o que, somado à diminuição da oferta de animais, tem pressionado os preços. Nos últimos três meses, houve um aumento de 21,5% no volume de abates para o mercado interno.

Outro fator importante é a procura crescente por animais de Roraima devido ao desabastecimento de carne bovina em Manaus. A seca do rio Amazonas impediu o transporte de gado do interior do estado e de regiões vizinhas, que costumavam abastecer a capital amazonense via balsas.

“Nos últimos 15 dias, houve um aumento de mais de 300% no envio de animais de Roraima para o abate no Amazonas, com preços superiores aos praticados no mercado interno”, acrescenta Prado. Para evitar a escassez de carne no próprio estado, foi necessário reajustar os preços.

“Como houve esse aumento de 9,5%, é esperado que esse percentual seja repassado esse reajuste pare o consumidor final”, finalizou Prado.

Diante desse cenário, a tendência é que a arroba do boi continue em alta enquanto os fatores que afetam a oferta e demanda de carne bovina não se normalizarem, tanto em nível regional quanto nacional.