ANA GABRIELA GOMES
Editoria de Cidade
Hoje, 17, a carne estará 4% mais barata para você, consumidor. Esta é segunda vez, no ano, que o preço do produto sofre redução. Desta vez, por conta de uma adequação ao mercado. Na sexta-feira, 14, ainda com os preços da primeira redução de 3,85%, que aconteceu no mês passado, os consumidores ainda não haviam sentido diferença na hora do pagamento. Com a redução, no entanto, é esperado que o cenário mude a partir do momento que o comércio local reajustar os preços.
O presidente da Cooperativa de Carne de Roraima (Coopercarne), Nadisson Pinheiro, explicou que a redução acontece devido à boa oferta de animais para o mercado, que por sua vez é causada pelo clima favorável e crescimento da agricultura
“Roraima está implementando cada vez mais o sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP), que vem contribuindo consideravelmente para uma melhoria em nossa produtividade”, relatou.
Na avaliação do presidente, quem sai ganhando no final é o consumidor, que pagará mais barato. “Esperamos que o mercado local repasse essa redução o mais breve possível para nossa população”, reforçou Pinheiro. Somada à primeira redução do ano, o preço do quilo da carne atinge uma baixa total de 7,85% este ano, chegando bem perto do acúmulo de quase 10% que aconteceu durante o ano passado.
Consumidor – Quase um mês após a primeira redução de 3,85%, ocorrida no mês passado, a Folha conversou com comerciantes para saber se o reajuste havia sido percebido. Em unanimidade, no entanto, nenhum entrevistado informou ter percebido diferença nos preços. É o caso do motorista Miércio Lima Ferreira. Com todos os aumentos do ano passado, os R$ 60 gastos em uma quantidade específica de carne logo ultrapassaram a faixa dos R$ 80. “Eu sinceramente não percebi diminuição até o momento, mas espero que isso aconteça”, disse. Quem também não percebeu a redução foi a dona do lar Shirley Amaro. “Tenho comido muito fora. Hoje que decidi cozinhar e vim comprar só a quantidade necessária. Não percebi redução”, contou.
Produtores trabalham para melhorar qualidade e ter competitividade
Presidente da Coopercarne, Nadisson Pinheiro, “Esperamos que o comércio local repasse a redução para o consumidor o quanto antes” (Foto: Divulgação)
Atualmente, Roraima possui produtores trabalhando no sistema de semiconfinamento e outros fazendo confinamento para melhorar de forma significativa a qualidade dos animais para abate. Por outro lado, o presidente destacou que o Estado tem um comércio interno tímido que não está absorvendo totalmente a produção. Por este motivo, a solução é procurar alternativas de mercados mais próximos, como a capital do Amazonas, por exemplo.
“Manaus está passando pela mesma situação de grande oferta devido o inverno rigoroso, que vem elevando os níveis dos rios e, com isso, levando os produtores ribeirinhos a ofertar seus animais a um baixo preço para não perder a mercadoria”, explicou. Diante do cenário, a decisão de reduzir o preço vem para tentar dar competitividade na exportação e incentivar o consumidor local a aumentar o consumo, uma vez que Roraima está indo de encontro com a alta de todo território nacional.