A partir desta quarta-feira, 11, os consumidores roraimenses passarão a pagar pela carne bovina com um novo valor. A Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne) anunciou, na tarde de ontem, reajuste de 5% no valor cobrado nos frigoríficos do Estado. Conforme o presidente da entidade, Disney Mesquita, esse é o primeiro reajuste do ano.
Em 2015, o preço da carne passou por um reajuste de 8,6% e, no ano de 2014, ocorreram duas majorações de preços, em setembro de 7% e em novembro de 8%. “O reajuste praticado no ano passado foi bem acima do que foi fixado este ano. Essa decisão foi tomada justamente para tentar absorver todos esses custos, para não afetar de forma drástica o bolso do consumidor”, afirmou Mesquita.
Segundo ele, a decisão de reajustar já vinha sendo estudada devido, principalmente, ao período crítico que o Estado enfrentou por conta da estiagem. O período de seca deste ano resultou na redução do boi gordo em cerca de 40%. “Esse é o primeiro reajuste praticado pela cooperativa esse ano. O que acarretou essa situação foram a pouca oferta do produto no mercado e o aumento dos custos de produção provocados pela estiagem”, comentou.
Outro fator que influenciou na decisão da cooperativa diz respeito ao surgimento de pragas, como o percevejo marrom. Segundo o presidente da Coopercarne, grande parte da pastagem utilizada para alimentar o rebanho foi atacada, resultando em prejuízo aos produtores do Estado.
“Esse ano, os produtores passaram por momentos muito difíceis por conta da estiagem. A maioria da pastagem do Estado acabou morrendo por conta da seca e também pela incidência de pragas. Então, para alimentar o gado, foi necessário investir capital para recuperar essas áreas perdidas e isso acaba encarecendo os custos desses produtores”, destacou.
Vigilância Sanitária faz alerta sobre riscos da carne clandestina
Vender carne sem procedência sanitária é considerado crime no País, além de representar um perigo para a saúde humana. Com o reajuste do preço do produto, a Vigilância Sanitária Municipal alerta aos consumidores sobre os riscos da compra de carne clandestina.
“Mesmo ciente dos riscos à saúde, muitos consumidores ainda se arriscam em comprar carne sem procedência legal. Isso o expõe a uma série de riscos, como a contração de intoxicações e infeções alimentares, como bactérias e parasitas, tudo isso pela falta de higienização do alimento”, afirmou o fiscal sanitário José Gilvany.
“Antes, era comum o recebimento de denúncias pelo órgão, no entanto, essas ocorrências têm diminuído bastante. Não sabemos ainda o motivo, mas cremos que se deve a um emprenho maior da agências de defesa nesse sentido. Apesar disso, a Vigilância tem ficado atenta a essa questão, procurando sempre verificar a situação em supermercados, açougues e demais estabelecimentos comerciais que fazem a oferta do produto, procurando detectar se aquela carne é ou não de procedência legal”, frisou.
Em caso de irregularidade, a primeira providência é a apreensão e inutilização do produto, podendo haver ainda a aplicação de multa e, em casos mais grave, a interdição do estabelecimento ou autuação do indivíduo que comercializa carne de maneira clandestina. “Dependendo do histórico do local, do tipo de problema que foi verificado, poderá haver multa e até mesmo a interdição do local”, ressaltou.
Para ajudar nas ações de fiscalização da Vigilância Sanitária Municipal, a população poderá ligar para a Central de Atendimento 156, ou comparecendo a sede do órgão, das 8h às 14h, na Avenida Getúlio Vargas, Centro. O órgão também funciona em regime de plantão, onde a equipe é acionada pela Central 156. (M.L)